Manuscrito

Carta/Comunicação espiritual [06/06/1867]

Mulhouse, 6 de junho de 1867.

]Resposta, 7 de junho, senhor René Caillé[

Prezada senhora,

Ontem, quando escrevi ao senhor Allan Kardec, esqueci-me de lhe dizer que devo ficar em Mulhouse até o dia 18 deste mês e que, até lá, as minhas cartas devem ser enviadas para mim no endereço Quai du Fossé, Imprimerie Bader, e depois, a partir do dia 18, como de costume, enviadas ao endereço Grand Rue, 105, em Estrasburgo.

Como deve saber pelas minhas cartas ao senhor Kardec, tenho vivido momentos de profunda dor nos últimos cinco meses. Meu filho quebrou a perna duas vezes seguidas e está acamado desde então. /2/ Voltou do Egito doente, muito fraco, eis a <causa> do acidente que lhe aconteceu em Mulhouse, em janeiro passado.

Os bons Espíritos que se comunicam comigo fazem-me ter esperança de que, pelas minhas orações fervorosas, unidas as deles, e pela água, na qual coloco durante alguns minutos uma esfera <de aço> (que você conhece, já que lhe enviei uma pela senhora Delanne), sobre a qual eles depositam partículas de óleo universal, ele será curado, mas não me atrevo a acreditar nisso. Já obtive duas curas pela água da esfera e pela minha mediunidade curativa; obtive também alívio /3/ a várias doenças crônicas de pessoas que estão em sofrimento há tempos. Não ouso esperar isso para meu filho, que está de cama há tanto tempo.

Peço-lhe que me envie o doutor Demeure, das 9 às 10 horas, enquanto o médico faz o curativo, na casa das Diaconisas de Mulhouse. Ah, se ele consentisse, a ajuda dele e a dos bons Espíritos que me visitam salvariam meu filho do estado triste e perigoso em que está mergulhado. Se não puder vir, talvez ele possa lhe dizer se realmente eu deveria esperar a ajuda efetiva dos bons Espíritos, que me asseguram que meu filho sairá vitorioso dessa terrível crise.

/4/ ]]Paris, 7 de junho de 1867.

Senhora,

Na ausência do senhor Allan Kardec, que partiu para uma viagem de alguns dias, abri as duas cartas que a senhora lhe escreveu e que ele não poderá ler até seu retorno. Não tenho dúvidas de que ele partilha da sua dor, e é com a certeza de sua aprovação que apressei-me a solicitar ao doutor Demeure uma comunicação, que lhe dirijo a seguir.

Senhora, ficaria feliz se esses conselhos pudessem aliviar sua dor e lhe dar os meios para ajudar o seu querido paciente a se recuperar.

Queira aceitar, senhora, a garantia da minha mais distinta consideração.

A. Desliens.[[

/5/ ]]]Não posso lhe esconder que o organismo de seu filho está seriamente comprometido, mas seu estado está longe de ser desesperador, e com a ajuda de Deus e a sua ajuda pessoal, espero que possamos chegar a um resultado satisfatório. Como meus colegas na terra, posso estar errado, não sou infalível, e somente Deus nos permitirá saber, nos seus desígnios, o que ele considera apropriado. De fato, a senhora possui o dom de cura, até certa medida, e pode ajudar seu filho como ninguém. Contudo, não deve duvidar de que a sua ação atenuaria parcialmente o efeito. Não prometo estar com seu filho em uma hora fixa; minhas múltiplas atividades não o permitiriam, mas acredito que minha assistência espiritual não lhe faltará. Farei o meu melhor para ajudá-lo em sua recuperação. Ore e aja, tudo vai ficar bem.

Doutor Demeure.[[[

001
001
002
002
003
003

Mulhouse le 6 juin 1867.

]Répondu 7 juin M. René Caillé[

Chère Madame,

Lorsque j’ai écrit hier à M. Allan Kardec, j’ai oublié de lui dire que je dois rester à Mulhouse jusqu’au 18 du courant et que jusque là il faut m’adresser mes lettres Quai du fossé imprimerie Bader, ensuite à partir du 18, à Strasbourg comme de coutume, Grand Rue 105.

Comme vous pouvez le savoir par mes lettres à M. Kardec, je suis plongée dans un très grand chagrin depuis 5 mois mon fils est couché sur un lit de douleurs, s’étant cassé la jambe depuis ce temps, 2 fois de suite, à la seconde de cassure il s’est formé /2/ Il est revenu malade d’Égypte accablé d’un affaiblissement général, c’est <l’origine> de l’accident qui lui est arrivé à Mulhouse en janvier dernier.

Les bons esprits qui se communiquent à moi me font espérer que par mes ardentes prières, unies aux leurs et par l’eau dans laquelle je dépose pendant quelques minutes une boule <d’acier>, (que vous connaissez, puisque je vous en ai envoyé une par Mme Delanne), sur laquelle ils déposent quelques parcelles de l’huile universelle qu’il se guérira, mais je n’ose le croire ; cet écoulement ne finit pas. J’ai déjà obtenu 2 guérisons par l’eau de la boule, et par ma médiumnité guérissante ; et du soulagement /3/ à plusieurs maladies chroniques de personnes souffrantes depuis longtemps. Je n’ose l’espérer pour mon fils depuis si longtemps couché.

Je vous demande de m’envoyer le Docteur Demeure de 9 à 10 heures du matin pendant le pansement du médecin, à la maison des Diaconesses de Mulhouse ? Oh s’il y consentait, son secours et celui des bons esprits qui me visitent sauverait mon fils du triste et dangereux état dans lequel il se trouve plongé. S’il ne pouvait venir, il vous dirait peut-être si je dois vraiment espérer le secours efficace des bons esprits qui m’assurent qu’il sortira vainqueur de cette terrible crise.

/4/ ]]Paris 7 juin 1867

Madame,

En l’absence de M. Allan Kardec parti pour un voyage de quelques jours, j’ai ouvert les deux lettres que vous lui avez adressées et dont il ne pourra prendre connaissance qu’à son retour. Je ne doute pas qu’il ne prenne la plus vive part à votre douleur et c’est avec la certitude de son approbation que je me suis empressé de solliciter du Docteur Demeure une communication que je vous adresse ci-après.

Je serais heureux, madame si les conseils qu’elle renferment pouvaient adoucir votre chagrin et vous donner les moyens d’aider au rétablissement de votre cher malade.

Recevez, je vous prie madame l’assurance de ma considération la plus distinguée.

A. Desliens.[[

/5/ ]]]Je ne puis vous dissimuler madame que l’organisme de M. votre fils ne soit gravement atteint, mais son état est loin cependant d’être désespéré, et avec l’aide de Dieu et votre concours personnel, j’espère que nous pourrons arriver à un résultat satisfaisant. Comme mes confrères de la terre je puis me tromper, je ne suis pas infaillible, et Dieu ne nous laisse connaître de ses desseins que ce qu’il juge convenable. — Vous possédez réellement la faculté guérissante, dans une certaine mesure, et vous pourrez agir sur votre fils avec plus d’efficacité peut-être encore que sur tout autre. Seulement, il ne faut pas douter de votre action [en] vous en atténueriez en partie l’effet. Je ne vous promets pas d’être à heure fixe auprès de votre fils ; mes occupations multiples ne me le permettraient pas, mais croyez que mon assistance spirituelle ne lui fera cependant pas défaut et que je ferai le possible pour venir en aide à son rétablissement. Priez et agissez, tout est là.

Dr Demeure.[[[

10/12/1866 Carta de Allan Kardec
24/12/1866 Carta para Allan Kardec
DD/MM/1866 Comunicação
13/07/1867 Rascunho de carta para [?]
27/07/1867 Rascunho de carta para senhora Lair
07/08/1867 Rascunho de carta para o senhor Augustin Babin