Manuscrito
/1/ Paris, sábado, 4 de outubro <de 1862>
Meu bom Hypolite, recebi nesta manhã a tua carta, que eu esperava ontem para a sessão; o senhor d’Ambel também contava com ela, mas tu não te pertences. Não me surpreende que estejas doente, é realmente demais, tudo em um único fôlego & depois ainda os jantares; pode até estar sóbrio, mas, ainda assim, ultrapassa seus próprios limites; enfim, espero que estejamos perto do término, pois, meu Deus, como são longas as semanas! O senhor d’Ambel fez tudo pelo melhor; o senhor Levent presidiu, a sessão foi muito calma e muito insignificante, tinha como médiuns os senhores d’Ambel, <Leymarie>, Vezy e Flammarion; as comunicações foram detestáveis, e os membros eram poucos. A senhora Lescot e Didier filho só voltam esta semana. Disse ao senhor Levent para ele se preparar para presidir o 10. Eles marcaram um encontro com o senhor d’Ambel para organizar a sessão, a fim de que ela seja mais interessante.
De resto, nada de novo; visitas de alguns provincianos, a partida do senhor Kouninskow para Nápoles; ele esteve na sessão de ontem. Lamentou não te ter visto antes de sua partida.
Esse pobre Tailleur veio à avenida de Ségur dois domingos seguidos; no último, /2/ com a senhora de Fort; ele ainda luta com a falência[,] ele esperava um pouco, mas isso devia ser decidido esta semana. Genny está doente novamente, teve crises horríveis que a atordoam.
O senhor Maclakoff não voltou a me ver, ele está muito ocupado; também não voltei a ver a senhora Robyns, que não está muito bem.
Anaïs voltou para sua casa no último domingo; ela aguentou bem o transporte e, na terça-feira, levantou-se e conseguiu caminhar sozinha até a poltrona. Há, realmente, melhoras desde que colocamos um equipamento para ela.
Temos um novo assinante na Antuérpia que me pediu ontem as quatro entregas; fiquei aborrecida, tive de ir duas vezes ao correio para que o pacote fosse embrulhado com papel encerado; e depois fui informada que o preço no correio era o dobro.
A loteria <Hilis> foi sorteada, nós não ganhamos nada.
Também fui obrigada a ir quatro vezes à prefeitura para [obter] meu atestado de vida, desde a redução de 3%, só se paga a partir /3/ de 1o de outubro, e cada ação sofre uma perda de 2,80 francos. Não entendo como isso esteve sujeito a uma redução; não me fale dos investimentos na poupança, é um roubo contínuo.
No domingo, fui procurar o pedreiro que encontrei; ele teve de vir na terça-feira de manhã para fazer a divisória com placas de gesso muito <jus>. A chave dos lugares do térreo foi encontrada do lado de fora; alguém a entregou ao zelador. Nossos fotógrafos estão instalados. São pessoas comuns, mas que me parecem muito tranquilas.
Tenho apenas mais duas coleções de 1858. Reuni os números esta manhã; os de março e de maio estão totalmente em falta; deste último, não há nenhum exemplar para entregar à gráfica. Vou até lá quando for falar com o senhor Lerouge. Vou levar-lhe uma coleção para saber se ele poderá utilizá-la para reproduzir o número; dou também o de abril, mas se não for clichê, vou esperar o último número, até o 25.
Há vários outros, dos quais restam apenas cerca de vinte exemplares.
Adeus, meu bom amigo, ficarei muito feliz quando me disser com mais precisão o dia da tua volta. Toda tua, de coração.
Amélie.
/4/ Recebi nesta manhã uma carta do senhor Lussiez de Troyes, e outra de uma senhora Uffoltz, cuja filha queria tornar-se médium e se encontra física e moralmente obsidiada a ponto de temer ficar louca; essa jovem é professora de piano, única fonte de renda da família. O senhor Lussiez magnetizou-a duas vezes e conseguiu acalmá-la, mas momentaneamente, e ele não quer continuar sem teus conselhos; ademais, parece que ele não poderia se comprometer a magnetizá-la durante muito tempo. Estão à espera de uma resposta tua, como quem espera o messias. Ela acredita que tua vontade é suficiente para livrá-la, pois a jovem também escreve na carta de sua mãe. Eu não sei o que fazer, mas desejei escrever algumas palavras ao senhor Lussiez para lhe dizer que você ainda não voltou e que não há nenhum inconveniente em prosseguir magnetizando-a & se puderes encontrar um instante livre, seria muito importante lhe escrever.
Adeus, então. Muitos cumprimentos à família Sabò. Conseguiste restaurar o entendimento entre os bordeleses?
/1/ {Escrevo hoje à Charlotte [dizendo que] estarei muito cansada; ou será necessário desistir de ir à avenida de Ségur, onde tenho afazeres.}




/1/ Paris samedi le 4 8bre <1862>.
Mon bon Hypolite, j’ai reçu ce matin ta lettre, que j’attendais hier pour la séance ; M.r d’Ambel y comptait aussi, mais tu ne t’appartiens pas. Je ne suis pas étonnée que tu sois malade, c’est vraiment trop, tout d’une haleine & puis toujours les diners, on a beau être sobre on fait malgré soi des extras ; enfin j’espère que nous touchons au terme car, mon Dieu que c’est long les semaines ! M.r d’Ambel a fait tout pour le mieux, M.r Levent a présidé, la séance a été très calme et très insignifiante, il y avait pour médiums M.rs d’Ambel, <Leymarie>, Vezy et Flammarion, les communications ont été détestables, les membres étaient peu nombreux. Mme Lescot et Didier fils ne reviennent que cette semaine. J’ai prévenu M. Levent qu’il s’arrange pour présider le 10. Ils se sont donné rendez-vous avec M.r <d’Ambel> pour organiser la séance afin qu’elle soit plus intéressante.
Du reste rien de nouveau ; des visites de quelques provinciaux, le départ de M.r Kouninskow vers Naples, il a assisté hier à la séance. Il regrettait de ne pas te voir avant son départ.
Ce pauvre Tailleur est venu à l’avenue de Ségur 2 dimanches de suite ; le dernier /2/ avec M.de Fort ; il combat encore avec la faillite il espérait un peu, cependant ce devait être décidé cette semaine. Genny est retombée malade elle a eu des crises affreuses qui l’abrutissent.
M.r Maclakoff n’est pas revenu me voir il est très occupé je n’ai pas revu non plus Mad Robyns qui n’est pas bien portante.
Anaïs est retournée chez elle dimanche dernier ; elle a très bien supporté la voiture et mardi elle s’est levée et a pu gagner son fauteuil toute seule. Il y a réellement du mieux, depuis qu’on lui a posé un appareil.
Nous avons un nouvel abonné à Anvers qui m’a demandé hier les 4 livraisons ; il m’a donné du tracas, il a fallu aller 2 fois aux messageries pour que le paquet soit enveloppé de papier ciré ; & puis s’informer du prix à la poste qui était le double.
La loterie <Hilis> est tirée, nous n’avons rien gagné.
J’ai été aussi obligée d’aller 4 fois à la mairie pour mon certificat de vie, depuis la réduction du 3 p% on ne paye qu’à partir /3/ du 1er 8bre & chaque action éprouve une perte de 2f 80c. Je ne comprends pas comment cela a été soumis à une réduction ; ne me parlez pas des placements dans les caisses c’est un vol perpétuel.
Je suis allée dimanche chercher le maçon que j’ai trouvé, il a dû venir mardi matin, faire la cloison avec des carreaux de plâtre très <jus>. La clef des lieux du rez de chaussée a été trouvée dehors, quelqu’un l’a rendue au concierge. Nos photographes sont installés. Ce son des gens communs mais qui me font l’effet d’être très tranquilles.
Je n’ai plus que 2 coll.ons de 1858. J’ai réuni ce matin les n.os ; il manque totalement mars et mai ; pour ce dernier pas un exemplaire pour donner à l’imprimerie. Je vais y aller en m’en allant pour parler à M.r Lerouge. Je lui porte 1 collection pour savoir s’il pourra s’en servir pour reproduire le no ; je donne aussi avril cependant si ce n’est pas cliché j’attendrai pour le dernier n° en ayant 25.
Il y en a plusieurs autres dont il ne reste qu’une vingtaine.
Adieu, mon bon ami, je serai bien heureuse de jour où tu me préciseras à peu près ton arrivée. Toute à toi de cœur.
Amélie.
/4/ J’ai reçu ce matin une lettre de M.r Lussiez de Troyes et une, d’une dame Uffoltz dont la fille a voulu devenir médium et qui est obsédée physiquement et moralement au point de craindre qu’elle ne devienne folle, cette jeune fille est profr de piano, seule ressource de la famille. M.r Lussiez l’a magnétisée deux fois et est parvenu à la calmer mais momentanément, et il ne veut pas continuer sans tes conseils en outre il paraît qu’il ne pourrait pas entreprendre de la magnétiser longtemps. Ils attendent une réponse de toi comme on attend le messie. Elle croit qu’il suffit de ta volonté pour la débarrasser car la jeune fille écrit aussi dans la lettre de sa mère. Je ne sais que faire ? cependant j’ai envie d’écrire deux mots à M.r Lussiez pour lui dire que tu n’es pas de retour et qu’il n’y a aucun inconvénient à continuer à la magnétiser & si tu peux trouver un instant il serait très utile de lui écrire.
Adieu encore. Mille compliments à la famille Sabò. Es-tu parvenu à ramener la bonne intelligence entre les Bordelais ?
/1/ {J’écris aujourd’hui à Charlotte [que] je serai trop fatiguée ; ou il faudrait renoncer à aller à l’avenue Ségur où j’ai affaire.}
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