Manuscrito
Comunicação [DD/06/1863]
]Cópia para a Revista
Senhora Costel
MMB[
O Panteísmo Junho de 63___
O Panteísmo, ou a encarnação do espírito na matéria, da ideia na forma, é o primeiro passo do Paganismo em direção à lei do amor que foi revelada e pregada por Jesus = A Antiguidade, ávida de prazeres, apaixonada pela beleza exterior, mal olhava para além daquilo que ela já via; sensual e ardente, ignorava as melancolias que nasciam da dúvida inquieta e das ternuras reprimidas. Ela temia os Deuses cujas imagens tenras colocava nas lareiras de suas casas; a escravidão e a guerra roíam-na por dentro, esgotavam-na por fora; em vão, a natureza sonora e magnífica convidava os homens à compreenderem seu esplendor; eles a temiam, ou adoravam-na como faziam com os deuses; os bosques sagrados participavam do terror dos oráculos, e nenhum mortal separava o benefício de sua solidão das ideias religiosas que faziam as árvores palpitar e a pedra tremer.
O Panteísmo tem duas faces sobre as quais convém estudar. Primeiro, a separação infinita da natureza divina, fragmentada em todas as partes da Criação, encontrando-se nos mais ínfimos detalhes, assim como em sua magnificência, isto é, uma confusão flagrante entre a obra e o artesão; em segundo lugar, a assimilação da humanidade, ou melhor, sua absorção na matéria universal. O Panteísmo antigo encarnava as divindades; o Panteísmo moderno assimila o homem no reino animal, e faz brotar as moléculas criadoras da ardente fornalha onde /2/ se elabora a vegetação, confundindo assim, os resultados com o princípio. Deus é a ordem que a confusão humana não conseguiria perturbar; tudo chega a tempo. A seiva às árvores, o pensamento aos cérebros; nenhuma ideia, filha do tempo, está abandonada à própria sorte. Ela tem seu próprio canal, um parentesco estreito que lhe dá a sua razão de ser, a conecta ao passado e a compromete com o futuro. A história das crenças religiosas é a prova desta verdade absoluta, não uma idolatria, não um sistema, não um fanatismo que nasce em sua poderosa e imperiosa razão de existir; todos avançavam em direção à luz, todos convergiam em direção ao mesmo objetivo, e todos se confundirão, como as águas dos rios longínquos, no vasto e profundo mar da unidade espiritual.
Assim, o Panteísmo, precursor do Catolicismo, trazia em si o germe da universalidade de Deus, ele inspirava nos homens a fraternidade para com à natureza. Esta fraternidade que Jesus devia ensiná-los a praticar uns com os outros; fraternidade sagrada! Afirmado hoje pelo espiritismo, que conecta vitoriosamente os seres terrestres aos mundos espirituais. Eu vos digo a verdade. A lei do amor ocorre lentamente e de forma contínua com suas espirais infinitas; é ela que, nos ritos misteriosos das religiões indianas diviniza o animal, o sacralizando por sua fraqueza e seus humildes serviços; é ela que povoava, com deuses familiares, os lares purificados; é ela que, em cada uma das crenças diversas, fazia soletrar às /3/ gerações uma palavra do alfabeto divino, mas estava reservado apenas para Jesus proclamar a ideia universal que resumem-nas todas. O Salvador anunciou o amor e tornou-o mais forte que a morte; ele diz aos homens: amai-vos uns aos outros, amai-vos na dor, na alegria, no opróbrio; amai a natureza, vossa primeira iniciadora, amai aos animais, vossos humildes companheiros; amai aquilo que começa, ameis aquilo que termina.
O verbo do Eterno chama-se amor, e ele abraça, com inesgotável ternura, a terra onde passais e os lugares onde entrais, purificados e triunfantes.
Lázaro
]Copie pour la Revue
Mme. Costel
TTB[
Le Panthéisme Juin 63___
Le Panthéisme, ou l’incarnation de l’Esprit dans la matière, de l’idée dans la forme est le premier pas du Paganisme vers la loi d’amour qui fut révélée et prêchée par Jésus = L’Antiquité avide de jouissances, éprise de la beauté extérieure, ne regardait <guères / guère> au delà de ce qu’elle voyait ; sensuelle et ardente, elle ignorait les mélancolies qui naissent du doute inquiet et des tendresses refoulées. Elle craignait les Dieux dont elle plaçait l’image adoucie aux foyers de ses demeures ; l’esclavage et la guerre la rongeaient au dedans, l’epuisaient au <déhors / dehors> ; en vain, la nature sonore et magnifique conviait les hommes à comprendre sa splendeur, ils la redoutaient, <où / ou> l’adoraient à l’égale des dieux ; les bois sacrés participaient de la terreur des oracles, et nul mortel ne séparait le bienfait de leur solitude des idées religieuses qui faisaint palpiter l’arbre, et frémir la pierre.
Le Panthéisme a deux faces sous lesquelles il convient de l’étudier. D’abord la séparation infinie de la nature divine, morcelée dans toutes les parties de la Création, et se retrouvant dans ses plus infimes détails, aussi bien que dans sa magnificence, c’est-à-dire, une confusion flagrante entre l’oeuvre et l’ouvrier ; en second lieu, l’assimilation de l’humanité, ou plutôt, son absorption dans l’universelle matière. Le Panthéisme antique incarnait les divinités ; le moderne Panthéisme assimile l’homme au règne animal, et fait jaillir les molécules créatrices de l’ardente fournaise où /2/ s’élabore la végétation, confondant ainsi les résultats avec le principe. Dieu est l’ordre que la confusion humaine ne saurait troubler ; tout vient ]à point[. La sève aux arbres, et la pensée aux cerveaux ; aucune idée, fille du <tems / temps>, n’est abandonnée au hasard ; elle a sa filière, une étroite parenté qui lui donne sa raison d’être, la relie au passé, et l’engage dans l’avenir. L’histoire des croyances religieuses est la preuve de cette vérité absolue ; pas une idolâtrie, pas un système, pas un fanatisme qui n’ai]t[ eu ]sa[ puissante et impérieuse raison d’exister ; tous avançaient vers la lumière, tous convergeaient vers le même but, et tous viendront se confondre comme les eaux des fleuves lointains dans la vaste et profonde mer de l’unité spirite.
Ainsi, le Panthéisme, précurseur du Catholicisme, portait en lui le germe de l’universalité de Dieu, il inspirait aux hommes la fraternité envers la nature. Cette fraternité que Jésus devait leur enseigner à pratiquer les uns envers les autres ; fraternité sacrée ! Affirmée aujourd’hui par le spiritisme qui relie victorieusement les êtres terrestres, aux mondes spirituels. Je vous le dis en vérité. La loi d’amour déroule lentement, et d’une façon continue ses spirales infinies ; c’est elle, qui dans les rites mystérieux des religions indiennes divinise l’animal, le sacrant par sa faiblesse et ses humbles services ; c’est elle qui peuplait de Dieux familiers les foyers purifiés ; c’est elle, qui dans chacune des croyances diverses, fait épeler aux /3/ générations un mot de l’alphabet divin, mais il était réservé au seul Jésus de proclamer l’idée universelle qui les résume toutes. Le Sauveur annonça l’amour, et le rendit plus fort que la mort ; il dit aux hommes <aimez vous / aimez-vous> les uns les autres, <aimez vous / / aimez-vous> dans la douleur, dans la joie, dans l’opprobre ; aimez la nature, votre première initiatrice, aimez les animaux vos humbles compagnons, aimez ce qui commence, aimez ce qui finit.
Le verbe de <l’Eternel / l’Éternel> s’appelle amour. Et il embrasse dans une inextinguible tendresse, la terre où vous passez, et les lieux où vous entrerez purifiés, et triomphants.
Lazare
| [233] | 07/05/1863 | Carta de Allan Kardec para Marquês Francesco Sampieri |
| [314] | 08/05/1863 | Comunicação |
| [315] | 11/05/1863 | Comunicação |
| [44] | 25/07/1863 | Rascunho de carta para o senhor Varey |
| [135] | 03/09/1863 | Carta de Amélie Gabrielle Boudet [em andamento] |
| [220] | 03/09/1863 | Carta de Amélie Gabrielle Boudet para Allan Kardec |
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