Manuscrito
Comunicação [14/02/1862]
]Educação[
Sociedade
Sessão de 14 de fevereiro de 1862
Senhor d’Ambel
Da responsabilidade dos pais.
Essa responsabilidade é considerável, pois incumbe aos pais cuidar das almas, e a tão elevada missão da paternidade, esse reflexo do poder criador do Deus eterno, deveria fazê-los compreender toda a extensão de seus deveres. Cabe-lhes a difícil tarefa de trazer de volta ao caminho reto os seres que vêm a essa encarnação para expiar uma vida anterior inútil ou culpada; compete-lhes mostrar aos filhos as armadilhas que devem evitar para progredirem com segurança em direção a mundos melhores. Quão poucos pais, porém, compreendem essa grande missão da paternidade! É preciso enriquecer para ser feliz na terra, dizem eles; a riqueza conduz às honrarias e à satisfação de todos os apetites da carne, e impelem seus filhos ao caminho do egoísmo e do orgulho. O culto da matéria e não o da alma, eis o que os pais voltados à corrida do ouro desenvolvem nos corações de seus descendentes. Ora, aqueles que vieram à nossa humanidade apenas para progredir e para se elevar em direção a Deus veem-se, muitas vezes, empurrados para uma ladeira fatal pelo descuido dos pais mais preocupados com os interesses terrenos do que com os interesses incertos e desconhecidos que o futuro e a morte reservam à raça humana.
Pais desafortunados que, após terem feito fortuna, creem ter cumprido sua tarefa porque criaram seus filhos no luxo e na riqueza, mas que, na maior parte das vezes, só produziram pessoas inúteis, preguiçosas ou perversas, vocês terão uma terrível conta a prestar por sua missão como pais tão mal cumprida.
A cada um de acordo com suas obras, disse o Cristo. Por conseguinte, vocês terão de recomeçar, /2/ e sob condições mais difíceis e duras, o seu trabalho de paternidade. Pensem, portanto, um pouco mais nas almas de seus filhos do que nos corpos deles! Mas, infelizmente! Tantos conselhos inúteis e tantas palavras perdidas para a humanidade, que está infectada até a medula pelo vírus do materialismo.
Erasto.
]<Education>[
Société
Séance 14 Février 1862
M. d’Ambel
Sur la responsabilité des parents.
Cette responsabilité est considérable car les parents ont charge d’âmes et la mission si haute de la paternité ce reflet de la puissance créatrice du Dieu éternel devrait leur faire comprendre toute l'étendue de leurs devoirs. C’est à eux qu’incombe la rude tâche de ramener dans le droit chemin les êtres qui viennent dans cette incarnation pour expier une vie antérieure inutile ou coupable; c’est à eux de leur montrer les écueils qu’ils doivent éviter pour progresser sûrement vers les mondes meilleurs. Mais combien peu de parents comprennent cette grande mission de la paternité ! Il faut s’enrichir pour être heureux sur terre, disent-ils, la richesse conduit aux honneurs et à la satisfaction de tous les appetits de la chair, et ils poussent leurs enfants dans la voie de l'égoïsme et de l’orgueil. Culte de la matière et non culte de l’âme, voilà ce que les parents voués à la <curée de l’or> développent dans <le cœurs> de leurs descendants. Or, ceux qui ne sont venus dans notre humanité que pour progresser et s'élever vers Dieu se voient souvent alors poussés sur une pente fatale par l’incurie des pères plus soucieux des intérêts terrestres que de ces intérêts incertains et inconnus que l’avenir et la mort réservent à la race humaine.
Parents infortunés qui après avoir fait fortune, croyez avoir accompli votre tâche par ce que vous avez élevé vos enfants dans le luxe et la richesse et qui la plupart du temps n’avez produit que des gens inutiles, fainéants ou vicieux vous aurez un compte redoutable a rendre de votre mission paternelle si mal accomplie.
À chacun selon ses œuvres, a dit Christ, conséquemment vous aurez à recommencer /2/ et dans des conditions plus difficiles et plus dures votre œuvre de paternité. Pensez donc un peu plus aux âmes de vos enfants qu’à leurs corps ! Mais, hélas ! Que de conseils inutiles que de paroles perdues pour l’humanité qui se trouve infectée jusqu’à la moelle par le virus du matérialisme.
Éraste.
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