Manuscrito
Port Louis, Maurício.
Sessão de quarta-feira, 5 de abril de 1865.
1. Pergunte a nossos Espíritos familiares:
Podemos evocar o Espírito de John Brown, executado nos Estados Unidos pela causa da escravidão?
Resposta: Sim, podem.
Evocação
2. Pergunta: Você está aqui?
Resposta: Sim.
3. Pergunta: Você gostaria que lhe fizéssemos algumas perguntas, não por curiosidade, mas para a nossa instrução?
Resposta: Sim; falem.
4. Pergunta: Você se recorda de sua última existência?
Resposta: Sim.
5. Pergunta: Você se lembra do que previu aos americanos, quando subiu no cadafalso?
Resposta: Sim; agora morro, eu disse, mas Deus me vingará; chegará um tempo em que vocês se devorarão uns aos outros; a América será destruída por seus filhos, que hoje são perversos e gananciosos; vocês acham que Deus lhes deixará prosseguir por muito tempo a obra de destruição que começaram; ah! não, eu agora morro, mas serei vingado.
6. Pergunta: Quem falava em você era o amor a seus semelhantes ou a presciência de uma santa missão para a qual Deus o havia designado?
Resposta: Sim, a maldade daquela nação despertava em mim sentimentos que estavam acima dela, por isso falei, agi e procurei fazer, tanto quanto possível, cessar essa maldade dos fortes contra os fracos. Sabia bem que eu seria imolado como os outros, mas fui impelido pela minha inspiração e pela minha indignação com esse povo tão frouxo; falei, ainda que eu pagasse com minha cabeça, não sofreria vivendo em um mundo onde todos são tão perversos; mais vale morrer dizendo a verdade do que suportar um jugo que o esmaga. Ah, maldição sobre eles!* {*A língua inglesa é mais familiar ao Espírito; percebe-se pela forma das frases.}
7. Pergunta: Logo após sua morte, em qual condição você se encontrou?
Resposta: Livre; a liberdade era o meu lema.
8. Pergunta: Você se reconheceu imediatamente?
Resposta: Sim.
Eu não estava bem desprendido após minha morte, mas tinha ciência dela, e aos poucos fiquei completamente liberto. Ah! Estava feliz por não estar mais entre todos aqueles ianques.
9. Pergunta: Você terá perguntas formuladas em língua inglesa? (Will you have questions made in English language)?
Resposta: Ah! Fale ianque se preferir. (Speak Yankee if it pleases you.)
10. Pergunta: A condição de seus semelhantes, pois você é um homem de cor, creio eu, o estado de debilidade moral deles logo o ocupou?
Resposta: Sim, muito, eu morri por eles; se pudesse viver, eu faria novamente. Como você não vê como eu, que uma quantidade de pobres diabos morre todos os dias sem que ninguém se preocupe com eles, quem teria um mínimo de coração que não seria tocado por isso, se você sabe como os americanos de minha época eram covardes e perversos[?] Espancar pobres que não podiam reagir, provocar a morte de pobres diabos porque cometeram um pequeno erro, não sabem que terão de responder por tantas vidas quantas fizeram matar aqui[?] Ah! Essas pessoas, bestas vis, merecem devorar umas às outras como fazem agora.
11. Pergunta: Foi o seu Espírito que, como creio, provocou e impulsionou os eventos do dia na América?
Resposta: Não somente eu, mas todos aqueles que eles fizeram sofrer; é a punição de Deus.
12. Pergunta: Devo ainda acreditar que são o seu Espírito e os de todas as vítimas do ódio deles pela casta negra que os impelem à ruína[?]
Resposta acima.
13. Pergunta: Como é que, ao mesmo tempo, construía-se, de um lado, o formidável barco “Potomac” e, de outro, construía-se também o “Merimac”?
Resposta: [Por causa da] sua destruição que os Espíritos que sofreram pediram para que outros depois deles não sofressem mais. Fomos nós próprios que fizemos encontrar esses novos modos de destruição. Deus nos permitiu isso; se eles não se corrigirem, após essa guerra, a América será arruinada.
14. Pergunta: O que aconteceu com esses dois barcos extraordinários?
Resposta: Desapareceram, para começar de novo, para a sua ruína.
15. Pergunta: Como é que cada bagagem nos traz notícias da América, ora favoráveis ao Norte, ora favoráveis ao Sul, há quatro anos, sem que a vitória seja declarada?
Resposta: A bela coisa que você aqui me diz, se a vitória fosse declarada de um lado, cessaria a destruição. É preciso que assim seja, para que eles persigam um após o outro até a sua ruína.
16. Pergunta: Por que as outras potências da Europa não querem se envolver nessa guerra extraordinária, ainda que ela esteja enfraquecendo o comércio universal?
Resposta: Deus não o permite, eu já lhe disse que essa é a punição a essa raça má; se uma nação estrangeira interviesse, a paz seria restabelecida, mas não somos tão idiotas como pensam, nós os impedimos de interferir. Você verá se, mais de uma vez, eles não quiseram se envolver; quantas vezes a Inglaterra quis meter seu nariz, mas sempre se acalmou? Você se lembra de uma captura em um navio inglês, a guerra seria provavelmente declarada sem nós, mas não são tão estúpidos. De que vale deixar os outros se envolverem, eles já estão fervendo no caldeirão, quando estiverem no ponto, os ingleses comê-los-ão como rosbife.
17. Pergunta: Qual é a razão do sentimento que impele o Norte a provocar briga com a Inglaterra e a França, o Canadá e o México?
Resposta: É para impedi-los de se misturarem; é preciso que eles estejam ocupados.
18. Pergunta: Que pensar das mulheres que, longe de acalmar as paixões bélicas dos homens, estimulam-nas?
Resposta: O que há de mais excitante do que as mulheres, quantos homens cheios de doçura não se tornam terríveis, estimulados pelas mulheres[?] Nosso objetivo é incendiá-los, compreende agora?
19. Pergunta: Por mais divididas que estejam as duas Américas, poderia existir novamente para elas uma perfeita união?
Resposta: A vontade de Deus (God’s will).
20. Pergunta: Ainda lhes será dado florescer nas artes e nas ciências?
Resposta: Sim, mas não tão cedo.
21. Pergunta: Segundo os últimos jornais, não há paz possível enquanto houver um soldado de pé.
Resposta: Sim, somos nós que fazemos marchar os líderes e os soldados, nós os conduzimos, queremos sua ruína, e esse é o único meio de atingi-la. Nunca houve guerra como essa, nem ódio maior, e por que, pergunte-lhes, eles não poderão dizê-lo, não vê o dedo de Deus sobre eles[?]
22. Pergunta: Deus permitirá essa destruição completa de uma grande nação, por mais feroz e bárbara que ela tenha sido para os oprimidos e os negros?
Resposta: Completamente não, mas sua ruína.
23. Pergunta: Por que os negros incorporados ao Exército não se lançam imediatamente do lado do Norte, a fim de ter sua liberdade?
Resposta: O Norte não é melhor.
24. Pergunta: De acordo com sua resposta, a causa da escravidão é apenas um pretexto para as duas Américas. Qual é o verdadeiro motivo da dissidência entre elas?
Resposta: Acabei de lhe dizer para perguntar aos americanos por que eles se odeiam uns aos outros; nenhum deles poderia lhe dizer. [Para] ter ódio até se destruírem, como fazem agora, precisa-se de uma razão muito séria; a guerra começou, nem um nem outro [lado] quer ceder nem cederá antes de ser inteiramente arruinado; eis o ponto a que devem chegar, e o que sabemos. O motivo é que nós agimos, a fim de que eles se detestem, para que se destruam; seu tempo chegou, eles devem parar de fazer sofrer.
25. A proposta do presidente Lincoln, há dois anos, de libertar os negros e dar-lhes, por escolha deles, uma colônia só para eles, para se governarem, era um pensamento puramente filantrópico ou continha uma cilada para os pobres oprimidos?
Resposta: Lincoln é um grande homem (is a great man); ele não deve sofrer como os outros, ele deve marchar à frente deles, porque conhecemos sua capacidade, ele nos queria bem porque tem coração. Mas o que fazer sozinho contra todo o povo? Ele não podia reformar o belo momento que teve porque ele compreende a existência, um negro vive como um branco, e ele não vê por que tanto fazem sofrer, mas é preciso que ele esteja lá, seu renome sempre sustentará o povo. Deixe-me partir, estou sendo chamado. A guerra, a guerra, a guerra, sempre nós. Oh! Deixem-me ir (let me go).
Continuação da sessão de 5 de abril de 1865.
Sexta-feira, 2 de junho de 1865.
Evocação de nossos espíritos familiares
Pergunta: Você está aí?
Resposta: Sim.
Pergunta: Podemos evocar novamente o Espírito de Georges Brown?
Resposta: Sim.
1. Evocação do Espírito de Georges Brown.
Pergunta: Você está aí?
Resposta: Sim, fale rapidamente.
2. Pergunta: Na última ocasião em que teve a bondade de vir nos instruir (no último 5 de abril) sobre os eventos da América, você partiu sem nem nos dar tempo para lhe agradecer. Seria do seu agrado continuarmos hoje o trabalho começado?
Resposta: Sim, o sangue escorria, era preciso aliviá-los e lhes dar assistência; corri até eles, assim como todos os que estavam comigo para assisti-los.
3. Como estão vocês todos agora?
Resposta: Estamos sempre na mesma posição, nossos irmãos estão sofrendo e ainda continuarão a sofrer.
4. Suas ocupações são sempre as mesmas?
Resposta: São bem mais complicadas; temos muitos projetos em mente no momento; estamos nos reunindo para tomar uma decisão.
5. Você e todos os Espíritos que sofreram, como nos contou, continuaram observando os eventos que estão ocorrendo na América?
Resposta: Sim, sem dúvida.
6. Como os Espíritos entenderam a reeleição do presidente Lincoln? Era a vontade de Deus ou a consequência da intriga?
Resposta: A intriga.
7. A América do Norte poderia ter se saído melhor se escolhesse outro presidente, para atenuar a guerra?
Resposta: Não. Esse povo feio, mau, frouxo e bárbaro, que assume supostos nomes para fazer a guerra.
7 (B). Pergunta: Você poderia explicar essa última resposta, pois não a compreendemos?
Resposta: Quer dizer: quem combate para a suposta abolição da escravidão. Os escravos livres estarão em uma posição pior do que a dos verdadeiros escravos. Para que dar um nome para seguir as mesmas condições segundo outras leis ainda mais severas do que as atuais? Os escravos serão sempre escravos em sua liberdade; serão ainda mais oprimidos.
8. Pergunta: O estado de excitação das duas Américas é empurrado até o frenesi; o que o mundo civilizado deve esperar desse estado de coisas?
Resposta: Nada de bom.
9. Pergunta: Ao lado do sentimento de guerra interna, eles parecem sempre alimentar o pensamento de reconquistar toda a América, retomar o Canadá e o México; isso será possível para eles sem um conflito geral, que ainda perturbaria a paz do mundo inteiro?
Resposta: Sim. É um povo avaro que nunca está satisfeito; e jamais se dirá [que] ele gostaria de ter o mundo todo sob sua lei, povo insaciável do bem. Mas…
Mas…
10. Pergunta: A Inglaterra e a França se ocupam seriamente com isso agora?
Resposta: Olhe, eles são obrigados; quem não defenderia os seus bens?
11. Pergunta: Em que condições estão todos esses Espíritos que deixaram seus corpos na guerra? Quando se veem, ainda acreditam estar em guerra e seguem os movimentos dos exércitos em seus respectivos postos?
Resposta: Os Espíritos são muito diferentes uns dos outros. Alguns deles continuam lutando, mesmo após a morte. Mas estes devem ser classificados entre os Espíritos não libertos. Outros, que são indiferentes, não tentam lutar de forma alguma, mas sim reconhecer onde estão. São Espíritos que começam a se libertar. Outros se juntam para proteger a boa causa e passar por cima de todos os preconceitos. São Espíritos libertos, não é preciso acreditar, para isso, que, embora livres, todos sempre apoiam a boa causa. Não, eles vão de acordo com seu progresso; os não avançados seguem sempre as suas ideias, ao passo que os mais avançados seguem a boa causa.
12. Pergunta: Na véspera de quando conversou conosco, ocorreram grandes batalhas e você não nos falou delas. Você não as assistiu no dia 3 de abril? Ou era a razão que o fez partir tão rapidamente, ao nos contar sobre a guerra, a guerra, sempre a guerra?
Resposta: Sim. Era justamente o momento em que tudo se combinava; precisavam de nossa assistência para impulsionar as ideias e mantê-las.
Nota: Várias questões são feitas; continuam sem respostas.
Aos nossos Espíritos familiares.
Vocês ainda estão conosco?
Sim, ainda estamos aqui.
13. Pergunta: É o próprio John Brown quem está nos respondendo?
Resposta: John está muito fragilizado neste momento; ele responde, mas com dificuldade; ele está bem pouco do lado de vocês, seu espírito está mais em outro lugar.
Note que repetimos a pergunta 12 e ele responde.
Resposta: Sim. Sim, tudo se combinava, eu lhes dizia, para a decisão; já sabíamos o que ocorreria quando eu parti, mas nossa assistência era necessária para encorajar os soldados e liderar o ataque, pois você deve ter notado que tudo dependeu da maneira como atacaram, muito sangue foi derramado, e haverá mais – a vaidade desse povo não cessará aí: ele vai querer ir além de seus limites. Então, ele será esmagado – que você não tome isso como uma predição, estou somente lhe apresentando minha ideia.
14. Pergunta: Durante esses três dias, isto é, do 1º ao 3 de abril último, morreu um considerável número de homens; sobre quem recairá a responsabilidade por todo esse sangue derramado?
Resposta: A responsabilidade cabe àquele que apoia uma causa má.
15. Pergunta: Que ideia teve o presidente Lincoln de viajar imediatamente para Richmond, era uma grande imprudência, mas ele não estava impulsionado por um gênio mau que o expôs à sua perda?
Resposta: Não, esse bravo homem teria sido assassinado da mesma forma; há ali um complô; não vê como tudo isso ocorreu? Acredita que um pobre diabo como o que cometeu o crime o teria feito sem que fosse impulsionado e assistido por uma intriga poderosa? Ele é apenas o instrumento feito para agir; há outros culpados poderosos que você não conhece.
16. Pergunta: Que sentimento de horror os Espíritos devem ter experimentado ao ver, em Nova York, a alegria fanática dos vencedores; essa alegria terá longa duração?
Resposta: Não. Povo maldito que morrerá da mesma forma.
17. Pergunta: Qual é a atual posição física e moral dos homens de cor e dos negros?
Resposta: Estão muito próximos ao que eram no passado. Muita política, por parte dos homens de cor, para manter a ordem; mas que gente vil vocês verão, que abominações ainda farão! Infelizmente, vocês vão saber em breve.
18. Pergunta: Enfim, em 9 de abril, o general Lee e seu exército baixaram suas armas e se renderam; vão começar a paz e a união?
Resposta: A União!
Poderá ela existir entre eles? Oh, não.
19. Pergunta: O Sul se submeterá franca e lealmente às condições do Norte e aceitará seus escravos como seus irmãos de armas e de humanidade?
Resposta: Ah, humanidade, do que você está falando!?
Para eles, não existe essa palavra.
Os escravos são e sempre serão escravos, como lhe disse acima, apenas sob outro nome.
20. Pergunta: Você nos dizia, na última sessão, que Deus não podia permitir que esse povo perverso continuasse sua maldade e sua ferocidade sem o punir, para que ele se corrija.
Todos esses acontecimentos extraordinários devem ser entendidos como uma punição que Deus lhes inflige ou se trata da lei da perturbação entre os povos da terra na ordem natural?
Resposta: Eles não têm coração; não existe castigo assaz terrível capaz de reconduzi-los ao bem. Degradação moral!
21. Pergunta: Você também nos dizia que o tempo da América terminou, que não se deve mais sofrer, segundo o seu entendimento. Teria a bondade de nos explicar?
Resposta: Cada povo tem seu tempo. A América está chegando a seu fim porque corre em uma escala de perdição; não é fazendo continuamente a guerra que ela poderá manter seu poder e florescer nas artes; ao contrário, a guerra mata não somente os homens, mas todas as boas coisas.
Seus recursos vão logo se exaurir, e se um dia entrar em guerra contra uma potência estrangeira, como a Inglaterra, sua ruína não será mais uma questão de dúvida, mas uma realidade.
A Inglaterra não deixará de açambarcar o máximo que ela puder, como costuma fazer; então, infelizes dos americanos, se sucumbirem.
22. Pergunta: Qual razão se deve dar à morte de cerca de 2 mil pessoas que pertenciam às mais respeitáveis famílias, que foram queimadas na Igreja de Santiago?
Resposta: Nada pode se cumprir sem a ordem de Deus.
A Igreja de Santiago continha, então, todos os aristocratas na América; como você supõe que Deus não tenha atacado aqueles que eram uma das causas das abominações? Acha que um aristocrata americano que acredita estar acima de um cavaleiro inglês teria dado a mão a um negro, como o chamam? Ah, não, enquanto houver aristocratas na América, os pobres negros sofrerão sempre.
23. Pergunta: E o fogo que atingiu um armazém que continha petróleo, o qual se esparramou pelas ruas de Nova York e incendiou quatro porões de casas e lojas e matou mais de mil pessoas que queriam se salvar durante aquela noite terrível? A que se deve atribuir essa sucessão de eventos extraordinários?
Resposta: Quando a desgraça começa a atingir um país, você vê todos os tipos de coisas sobrenaturais, por assim dizer; acredita então que uma única pessoa morra sem a ordem de Deus, não, tudo vem dele, os maus são às vezes punidos pelos maus. Espíritos que Deus permite agir, até certo ponto. Veja, há Espíritos que gostariam de ver todo mundo em chamas e viver do mal que eles podem fazer.
24. Pergunta: Foi por acidente que pegou fogo a bordo do vapor General Lyon, onde 570 pessoas morreram e o navio foi perdido?
Resposta: O que causa o acidente, sempre os maus Espíritos, como não se sabe a quem culpar, então o acidente tudo sofre, é uma palavra inventada que exprime algo que não existe, pois todo efeito tem sua causa, não há acidente, tudo vem de uma causa que às vezes permanece ignorada, embora exista.
25. Pergunta: Agora, 14 de abril de 1865. O presidente Lincoln e o senhor Seward são assassinados.
O que há ainda para aprender?
Resposta: Isso vai acabar mal para eles.
Ninguém capaz de apoiá-los agora, pois não há povo mais teimoso do que esse; se tomarem o caminho errado, estão perdidos, o que não deixará de ocorrer.
26. Pergunta: Quanto aos assassinatos, devemos crer que foram orientados por partidários do Sul, mas isso muda a posição das duas Américas?
Resposta: Não, porque continuam ignorados, conhecemos apenas os dois assassinos; não conhecemos a mão que os fez agir.
27. Pergunta: Quanto ao evento da morte do presidente Lincoln, que você mesmo dizia ser um grande homem, é preciso pensar que é [...] causa ordinária e natural ou podemos pensar que Deus, que não o julgará da mesma maneira que todos os americanos, preferiu retirá-lo imediatamente de um mundo tão bárbaro, cuja posição se torna a cada dia mais alarmante?
Resposta: O que ele podia fazer contra eles? Ele era ouvido porque se sabia que era superior; era temido porque suas capacidades eram conhecidas. Ele fez como outros antes dele que quiseram apoiar a causa da escravidão; isso não impede, com sua posição, seu grande espírito, que não foi morto em um cadafalso, mas assassinado; o que é pior ainda, em pleno teatro, o que equivale a uma execução no local.
28. Pergunta: Acreditamos que, mais do que nunca, a América está em perigo, tanto por ela mesma quanto diante da França e da Inglaterra?
Resposta: Haverá uma erupção na parte de baixo.
29. Pergunta: Qual dedução moral pode ser tirada dessa dupla morte do presidente Lincoln e do senhor Seward, uma comparada à outra?
Resposta: Como pode me fazer tal pergunta? Seria um patife julgado da mesma forma que um homem honesto?
30. Pergunta: E qual atitude têm tomado a França e a Inglaterra desde 15 de abril, quando souberam da morte do presidente Lincoln?
Resposta: Por causa de seus interesses, elas são obrigadas a tomar providências, de acordo com o que aconteceu; pode-se esperar qualquer coisa da América.
31. Pergunta: A América de nossos dias foi, creio eu, o centro de onde o Espiritismo surgiu, no começo deste meio século. Será que não continuaram a praticar essa nova reunião, visto que isso talvez os detivesse em sua excêntrica maldade?
Resposta: Ah, é um povo que não anda na moralidade; eles giraram a mesa porque isso os divertia; mas tudo isso não existe mais, isso fez muito barulho durante algum tempo.
Mais nada! Nada!
Conclusão.
Agradecemos a sua bondade de ter vindo nos instruir. Ficaríamos muito felizes se pudéssemos fazer algo para agradá-lo.
Resposta: Rezem por meus irmãos, bem como para mim; talvez tenhamos ainda muito para fazer.
















Port Louis, Maurice.
Séance du Mercredi, 5 Avril 1865.
1. Demande à nos Esprits familiers,
Pouvons-nous évoquer l’Esprit de John Brown exécuté en Amérique pour la cause de l’Esclavage?
R. Oui vous le pouvez.
-x- -x- Évocation. -
2. D. Êtes-vous là ?
R. Oui.
3. D. Vous plaît-il que nous vous adressions quelques questions, non par curiosité, mais pour notre instruction?
R. Oui, - parlez.
4. D. Vous rappelez-vous de votre dernière existence ?
R. Oui.
5. D. Vous souvenez-vous ce que vous avez prédit aux Américains, en montant sur l’échafaud ?
R. Oui ; je meurs, ai-je dit, mais Dieu me vengera; il arrivera un temps où vous vous mangerez entre vous ; l’Amérique sera détruite par ses enfants, qui aujourd’hui sont méchants et cupides ; vous croyez que Dieu vous laissera longtemps poursuivre l’œuvre de destruction que vous avez commencée ; oh ! non, je meurs, mais je serai vengé.
6. D. Qui parlait en vous, était-ce l’amour de vos semblables, ou la prescience d’une mission sainte pour laquelle Dieu vous avait préposé ?
R. Oui, la méchanceté de cette nation réveillait en moi des sentiments qui étaient au dessus d’eux, alors j’ai parlé, j’ai agi, et j’ai tâché de faire autant que possible cesser cette méchanceté que les forts avaient envers les faibles, je savais bien que je serais immolé comme les autres, mais poussé par mon inspiration et mon indignation pour ce peuple si lâche, j’ai parlé, dussé-je le payer au prix de ma tête, je ne souffrirai pas vivre dans un monde où tous les gens sont si méchants, mieux vaut mourir en disant la vérité que de soutenir un joug qui vous écrase. - Ô malédiction sur eux !* {*La langue Anglaise est plus familière à l’Esprit, on s’aperçoit à la tournure des phrases.}
7. D. Aussitôt après votre mort dans quelle condition vous êtes-vous trouvé?
R. Libre, la liberté était ma devise.
8. D. Vous êtes-vous reconnu de suite?
R. Oui.
Je n’étais pas bien dégagé après ma mort, mais je savais bien que je l’étais, et fur à mesure j’étais tout-à-fait dégagé - Oh ! que j’étais content de n’être plus parmi tous ces Yankees.
9. D. Will you have questions made in English language ?
R. Oh ! Speak Yankee if it pleases you.
10. D. La condition de vos semblables, car vous êtes un homme de couleur je crois, leur état d’affaissement moral vous a-t-il de suite occupé ?
R. Oui, beaucoup, je suis mort pour eux, si je pouvais vivre je le ferais encore, comment ne voyez-vous pas comme moi, qu’une quantité de pauvres diables se meurent tous les jours sans que l’on ne s’occupe d’eux, quelle est la personne qui aurait un peu de cœur à qui cela ne toucherait pas, si vous savez comme les Américains de mon époque étaient lâches et méchants. Frapper sur des pauvres gens qui ne pouvaient pas leur rendre, faire tuer des pauvres diables parce qu’ils avaient commis une légère faute, ne savent-ils pas qu’ils auront à répondre d’autant de vies qu’ils ont fait tuer ici bas; Oh! les vilaines bêtes que ces gens là, ils méritent bien de se manger entre eux comme ils le font maintenant.
11. D. Est-ce votre Esprit comme je le crois qui a provoqué et poussé les événements du jour en Amérique ?
R. Pas moi seulement, tous ceux qu’ils ont fait souffrir ; c’est la punition de Dieu.
12. D. Dois-je toujours croire que c’est votre Esprit et celui de toutes les victimes de leur exécration pour la caste noire qui les pousse ainsi à leur ruine.
Réponse ci-dessus.
13. D. Comment se fait-il que dans le même temps qu’on construisait d’un côté le formidable bateau le “Potomac”, de l’autre côté on construisait aussi le “Merimac” ?
R. C’était leur destruction que les Esprits qui ont souffert, ont demandé pour que d’autres après eux ne souffrent plus. - C’est nous-mêmes qui avons fait trouver ces nouvelles modes de destruction - Dieu nous a permis cela ; s’ils ne se corrigent pas; après cette guerre, l’Amérique sera ruinée.
14. D. Que sont devenus ces deux bateaux extraordinaires?
R. Péris, pour commencer de nouveau, pour leur ruine.
15. D. Comment il se fait que chaque malle nous porte des nouvelles d’Amérique, tantôt favorables au Nord, tantôt favorables au Sud depuis 4 ans sans que la victoire soit encore prononcée ?
R. La belle chose que vous me dites là, si la victoire était prononcée d’un côté, la destruction cesserait, il faut que cela soit ainsi, pour qu’ils s’acharnent l’un après l’autre jusqu’à leur ruine.
16. D. Pourquoi les autres puissances de l’Europe ne veulent-elles pas se mêler de cette guerre extraordinaire, qui fait pourtant languir le commerce universel ?
R. Dieu ne le permet pas, je vous ai déjà dit que c’est la punition de cette mauvaise race ; si une nation étrangère venait parmi eux, la paix se rétablirait, mais nous ne sommes pas si bêtes que vous le croyez, nous les empêchons d’intervenir. - Vous allez voir si plus d’une fois ils n’ont pas voulu s’en mêler, combien de fois l’Angleterre n’a-t-elle pas voulu fourrer son nez, mais cela s’est toujours apaisé. Vous vous rappelez d’une capture sur un bâtiment anglais, la guerre allait sans doute être déclarée sans nous, mais pas si bêtes ; à quoi bon de laisser mêler les autres, ils sont à bouillir dans la marmite maintenant, quand ils seront à point, alors les Anglais les mangeront comme du roast-beef.
17. D. Quelle raison à donner du sentiment qui pousse le Nord à chercher querelle à l’Angleterre et la France au Canada et au Mexique ?
R. C’est pour les empêcher de se mêler, il faut bien qu’ils soient occupés.
18. D. Que penser des femmes qui loin de calmer les passions guerrières des hommes, les excitent ?
R. Qu’est-ce qu’il y a de plus excitant que les femmes, combien d’hommes remplis de douceur, ne deviennent-ils pas terribles ; excités par les femmes. - C’est notre but de les faire mettre de feu, comprenez-vous maintenant ?
19. D. Aussi divisées que sont les deux Amériques, pourrait-il exister de nouveau pour elles une parfaite union?
R. God’s will.
20. D. Leur sera-t-il donné de fleurir encore dans les arts et les sciences ?
R. Oui, mais pas de sitôt.
21. D. D’après les derniers journaux, il n’y a pas de paix possible, tant qu’il y aura un soldat debout ?
R. Oui, c’est nous qui faisons marcher les chefs et les soldats, c’est nous qui les animons, nous voulons leur ruine, et c’est le seul moyen d’arriver ; jamais il y a eu de guerre semblable, ni haine plus grande, et pourquoi, demandez leur, ils ne pourront pas vous le dire, ne voyez-vous pas le doigt de Dieu sur eux.
22. D. Dieu permettra-t-il cette destruction complète d’une grande nation, quelque féroce et barbare qu’elle ait pu être pour les hommes opprimés et les nègres ?
R. Complètement non, mais leur ruine.
23. D. Comment les nègres incorporés dans l’armée, ne se jettent-ils pas de suite du côté du Nord pour avoir leur liberté ?
R. Le Nord ne vaut pas mieux.
24. D. D’après votre réponse la cause de l’Esclavage n’est qu’un prétexte pour les deux Ameriques, quel est le veritable motif de leur dissentiment ?
R. Je viens de vous dire de demander aux Américains pourquoi ils se détestent entre eux, pas un ne pourrait vous le dire. - avoir de la haine jusqu’à se détruire comme ils le font maintenant, il faut qu’il y ait une cause bien grave, la guerre commencée, ni l’un ni l’autre, ne veut céder et ne cédera pas jusqu’à ce qu’il ne soit tout-à-fait ruiné, voilà où ils doivent arriver, et ce que nous savons. - Le motif, c’est nous qui les faisons se détester mutuellement pour qu’ils se détruisent, leur temps est arrivé, ils doivent cesser de faire souffrir.
25. La proposition du Président Lincoln, il y a deux ans, de libérer les nègres, et de leur donner à leur choix une colonie à eux seuls, pour se gouverner par eux-mêmes, était-elle une pensée purement philanthropique, ou ce projet renfermait un piège pour les pauvres opprimés ?
R. Lincoln is a great man, il ne doit pas souffrir comme les autres, il doit marcher à leur tête, parce qu’on connaît sa capacité, il nous voulait du bien lui parce qu’il a du cœur. Mais que faire seul contre tout le peuple - il ne pouvait pas réformer, le beau moment qu’il a eu parce qu’il comprend l’existence, un nègre vit comme un blanc, et il ne voit pas pourquoi on le fait tant souffrir, mais il faut qu’il soit là, sa renomée soutiendra toujours le peuple. Laissez moi partir, on me réclame. - La guerre, la guerre, la guerre, toujours nous - Oh ! let me go. -
Suite de la Séance du 5 Avril 1865.
Vendredi, 2 Juin 1865.
Évocation de nos Esprits familiers.
D. Êtes-vous là ?
R. Oui.
D. Pouvons-nous de nouveau évoquer l’Esprit de Georges Brown
R. Oui.
1. D. Évocation de l’Esprit de Georges Brown.
Êtes-vous là ?
R. Oui parlez vite.
2. D. La dernière fois que vous avez eu la bonté de venir nous instruire, le (5 Avril dernier) sur les événements d’Amérique, vous êtes parti sans nous laisser même le temps de vous remercier, vous plait-il aujourd'hui que nous continuons le travail commencé ?
R. Oui le sang coulait, il fallait les soulager et leur donner assistance; j’ai couru à eux ainsi que tous ceux qui étaient avec moi pour les assister.
3. D. Comment êtes-vous tous maintenant ?
R. Nous sommes toujours dans la même position, nos frères souffrent et vont souffrir encore.
4. D. Vos occupations sont-elles toujours les mêmes ?
Bien plus compliquées, nous avons beaucoup de projets en tête dans ce moment, nous sommes à nous assembler pour prendre une décision.
5. D. Avez-vous ainsi que tous les Esprits qui ont souffert comme vous nous l’avez dit, avez-vous continué à suivre les événements qui se sont succédés en Amérique ?
R. Oui ; sans doute.
6. D. Comment les Esprits ont considéré la réélection du Président Lincoln. - Était-ce la volonté de Dieu, ou la conséquence de l’intrigue ?
R. L’intrigue.
7. D. L'Amérique du Nord aurait-elle pu mieux faire en choisissant un autre Président, pour atténuer la guerre ?
R. Non. Ce vilain peuple méchant, lâche et barbare, qui prend des noms supposés pour faire la guerre.
7. Bis. D. Ayez la bonté d’expliquer cette dernière réponse, nous ne la comprenons pas ?
R. C’est-à-dire qui combat pour l’abolition de l’Esclavage soit-disant. Les esclaves libres seront dans une position pire que les véritables esclaves. - À quoi bon donner un nom pour suivre les mêmes conditions par d’autres lois plus sévères encore que celles qui sont présentes; les esclaves seront toujours des esclaves dans leur liberté, ils seront encore plus étreints.
8. D. L’État de surexcitation des deux Amérique est poussé jusqu’à la frénésie, que doit en espérer le monde civilisé de cet état de chose ?
R. Rien de bon.
9. D. À côté du sentiment de la guerre intestine, ils semblent entretenir toujours la pensée de reconquérir tout l’Amérique, reprendre le Canada et le Mexique, cela leur sera-t-il possible, sans un conflit général qui troublerait encore la paix du monde entier ?
R. Oui - C’est un peuple avare qui ne se contente jamais; et ne se contera jamais, il voudrait avoir le monde entier sous leur loi, peuple insatiable du bien. - Mais...
Mais...
10. D. L’Angleterre et la France s’occupent-elles sérieusement de cela maintenant ?
R. Tiens, ils sont bien obligés, quel est celui qui ne défendrait pas ses biens.
11. D. Dans quelle condition sont tous ces Esprits qui ont quitté leur corps à la guerre, quand ils se voient, se croient-ils toujours en guerre, et suivent-ils les mouvements des armées dans leurs rangs respectifs ?
R. Les Esprits sont bien différents les uns des autres. - Il y en a qui se battent toujours, même après leur mort - Mais ceux-là il faut les classer parmi les Esprits non dégagés. - D’autres qui sont indifférents et qui ne cherchent pas du tout à se battre, mais à reconnaître où ils sont. Ce sont des Esprits qui commencent à se dégager. - D’autres qui se mettent ensemble pour protéger la bonne cause et fouler aux pieds tous les préjugés. Ce sont des Esprits dégagés, il ne faut pas croire pour cela, que quoique dégagés, tous soutiennent toujours la bonne cause. - Non, ils vont selon leur avancement, les non avancés suivent toujours leurs idées, tandis que les plus avancés suivent la bonne cause.
12. D. La Veille que vous nous avez parlé, il s’était donné de bien grandes batailles, et vous ne nous l’avez pas expliqué - est-ce que vous n’y avez pas assisté le 3 Avril dernier. - Ou était-ce la raison qui vous a fait partir si vite, en nous disant la guerre, la guerre, toujours la guerre !!.
R. Oui. C’était justement le moment où tout se combinait, il fallait notre assistance pour pousser les idées et les maintenir.
Remarque - Plusieurs questions sont faites; elles restent sans réponses.
À nos Esprits familiers.
Êtes-vous toujours auprès de nous ?
Oui nous y sommes toujours.
13. D. Est-ce bien John Brown qui nous répond ?
John est bien fracassé dans ce moment, il répond mais difficilement, il est bien peu à côté de vous, son esprit est plutôt ailleurs qu’ici.
Remarque nous répétons la question 12 et il répond.
R. Oui. - Oui tout se combinait je vous disais pour la décision, nous savions déjà ce qui allait arriver quand je suis parti, mais notre assistance était nécessaire pour encourager les soldats et diriger l’attaque, - car vous avez dû bien voir que tout a dépendu de la manière qu’ils ont attaqué, de même il y a eu beaucoup de sang de versé, et il y en aura encore - la vanité de ce peuple ne s’arrêtera pas là, il voudra aller au delà de ses limites. Alors, alors il sera écrasé, que vous ne preniez pas ceci comme une prédiction, je vous soumets simplement mon idée.
14. D. Pendant ces trois jours, c’est-à-dire du 1er au 3 Avril dernier, il est mort un nombre considérable d’hommes, sur qui retombera la responsabilité de tout ce sang répandu ?
R. La responsabilité retombe sur celui qui soutient une mauvaise cause.
15. D. Quelle idée a eu le Président Lincoln de se rendre de suite à Richmond, c’était une grande imprudence, mais n’était-il pas là poussé par un mauvais génie qui l’a exposé à sa perte ?
R. Non, il aurait été assassiné de même ce brave homme, il y a complot là, ne voyez-vous pas comment tout cela a eu lieu, croyez-vous qu’un pauvre diable comme celui qui a commis le crime, l’aurait fait sans être poussé et assisté par une puissante intrigue ; il n’est que l’instrument qu’on a fait agir, il se trouve d’autres puissants coupables que vous connaissez pas.
16. D. Quel sentiment d’horreur les Esprits ont dû éprouver, en voyant à New-York la joie fanatique des vainqueurs, cette joie sera-t-elle de longue durée ?
R. Non, - Peuple damné qui mourra de même.
17. D. Quelle est actuellement la position physique et morale des hommes de couleur et des noirs ?
R. Ils sont toujours à peu près comme par le passé. - Beaucoup de politique de la part des hommes de couleur pour maintenir l’ordre ; mais quel peuple vil vous allez voir, quelles abominations ils vont encore faire. - Hélas! vous ne le saurez que trop vite.
18. D. Enfin, le 9 Avril, le Général Lee et son armée ont mis bas les armes et se sont rendus; la paix et l’union vont-elle commencer ?
R. L’Union !
Est-ce que jamais elle pourrait exister parmi eux. Oh ! Non.
19. D. Le Sud se soumettra-t-il franchement et loyalement aux conditions du Nord, et acceptera-t-il leurs Esclaves pour leur frères d’armes et d’humanité ?
R. Oh ! humanité que parlez-vous là !
Pour eux, ce mot n’existe pas. -
Les esclaves sont et seront toujours des esclaves, comme je vous l’ai dit plus haut, seulement sous d’autre nom.
20. D. Vous nous disiez à la dernière séance que Dieu ne pouvait permettre à ce peuple méchant de continuer leur méchanceté et leur férocité, sans les punir, pour qu’ils se corrigent. Doit-on prendre en conséquence tous ces événements extraordinaires, comme châtiment que Dieu leur inflige, ou est-ce la loi de la perturbation chez les peuples de la terre dans l’ordre naturel ?
R. Ils n’ont pas de cœur ; il n’y a pas de châtiment assez terrible pour pouvoir les ramener au bien. - Dégradation morale !
21. D. Vous nous disiez aussi, le temps de l’Amérique est fini, il ne doit plus souffrir ; Comment l’entendiez vous. Ayez la bonté de nous l’expliquer ?
Chaque peuple a son temps. L’Amérique touche à sa fin parce qu’elle court sur une échelle de perdition, ce n’est pas en faisant continuellement la guerre qu’elle pourra maintenir sa puissance et fleurir dans les arts, au contraire la guerre tue, non seulement les hommes, mais toutes les bonnes choses.
Leur ressource va manquer bientôt, et si jamais elle fait la guerre à une puissance étrangère, comme l’Angleterre par exemple, sa ruine ne sera plus un sujet de doute, mais bien une réalité.
L’Angleterre ne manquera pas d’accaparer le plus qu’elle pourra sûrement comme elle le fait d’habitude, alors, malheur aux Américains s’ils succombent !
22. D. Quelle raison à donner de la mort des 2000 personnes environ, appartenant aux familles les plus respectables qui ont été brûlées dans l’Église de Santiago?
R. Rien ne peut s’accomplir sans l’ordre de Dieu.
L’Église de Santiago renfermait donc tout ce qu’il y avait d’aristocrates en Amérique, comment voulez-vous que Dieu n’ait pas frappé sur celles qui étaient une des causes des abominations, croyez-vous qu’un Aristocrate Américain qui se croit être au dessus d’un English gentleman, aurait donné la main à un nègre, comme ils l’appellent. Oh ! Non, tant qu’il y aura d’aristocrates en Amérique, les pauvres noirs souffriront toujours.
23. D. Et le feu qui a pris dans un magasin qui contenait l’huile de Pétrole, laquelle répandue dans les rues de New-York a incendié 4 caves de maison et de magasin, et fait périr plus de 1000 personnes qui voulaient se sauver pendant cette nuit épouvantable - à quoi faut-il attribuer cette succession d’événements extraordinaires?
R. Quand le malheur commence à frapper un pays, vous voyez toutes espèces de choses surnaturelles, pour ainsi dire ; croyez-vous donc qu’il meure seulement une personne sans l’ordre de Dieu, non tout vient de lui, les mauvais sont quelquefois châtiés par les mauvais. - Esprits que Dieu permet de laisser agir, jusqu’à un certain point - Voyez-vous il y a des Esprits qui voudraient voir tout le monde en feu et vivre du mal qu’ils peuvent faire.
24. D. Est-ce par accident que le feu a pris à bord du vapeur, “General Lyon”, où 570 personnes ont péri et le navire perdu ?
R. Qu’est-ce qui fait l’accident, toujours les mauvais Esprits, comme on ne sait pas à qui s’en prendre, alors l’accident souffre tout, c’est un mot inventé qui exprime quelque chose qui n’existe pas, car tout effet a sa cause, il n’y a pas d’accident, tout vient par une cause qui reste quelquefois ignorée, mais qui existe.
25. D. Maintenant, le 14 Avril 1865. Le Président Lincoln et M.r Seward sont assassinés.
Que nous reste-t-il de nouveau à apprendre ?
R. Cela tournera mal pour
Eux. -
Personne capable de les soutenir maintenant, car il n’y a pas de peuple plus entêté que celui-là, s’il s’engage dans une fausse route, il est perdu, ce qui ne manquera pas.
26. D. Quant aux assassinats, nous devons croire qu’ils ont été dirigés par les partisans du Sud, mais cela change-t-il la position des deux Amérique ?
R. Non, parce qu’ils restent ignorés, on connaît seulement les deux assassins; on ne connaît pas la main qui les a fait agir.
27. D. Quant à l’événement de la mort du Président Lincoln, que vous nous disiez vous-même être un grand homme ; - faut-il penser que c’est une cause ordinaire et naturelle, ou pouvons-nous penser que Dieu qui ne le jugera pas de la même manière que tous les Américains, à mieux aimé le retirer de suite d’un monde de si barbare, dont la position devient de jour en jour plus alarmante ?
R. Que pouvait-il faire contre eux, on l’écoutait parce qu’on le savait supérieur, on le craignait parce qu’on connaissait ses capacités. Il a fait comme tant d’autres avant lui qui ont voulu soutenir la cause de l’Esclavage ; cela n’empêche pas, avec sa position, son grand esprit, on ne l’a pas tué sur un échafaud, mais assassiné, ce qui est encore pis en plein Théatre ; ce qui équivaut à une exécution sur place.
28. D. Nous croyons l’Amérique plus que jamais en danger, tant par elle-même que vis-à-vis de la France et de l’Angleterre ?
R. Il y aura éruption gare dessous.
29. D. Quelle déduction morale, pourrait-on tirer de cette double mort du Président Lincoln et M.r Seward, l’une comparée à l’autre.
Comment pouvez-vous me posez une pareille question; est-ce qu’un coquin serait jugé de même qu’un honnête homme.
30. D. Et quelle attitude ont prises la France et l’Angleterre depuis le 15 Avril, qu’elles ont appris la mort du Président Lincoln ?
R. Elles sont obligées pour leur intérêts de prendre des mesures, d’après ce qui est arrivé, on peut tout attendre de l’Amérique.
31. L’Amérique a été je crois de nos jours, le centre où le Spiritisme a pris naissance au commencement de ce demi-siècle, est-ce qu’ils n’ont pas continué à pratiquer cette nouvelle séance, cela les aurait peut-être arrêtés dans leur excentrique méchanceté ?
Oh! C’est un peuple qui ne marche pas en moralité, ils ont fait tourner des tables parce que cela les amusait; mais tout cela n’existe plus, cela a fait beaucoup de tapage pendant quelque temps.
Plus rien! - Rien! -
Conclusion.
Nous vous remercions d’avoir eu la bonté de venir nous instruire. - Nous serions bien contents, si nous pouvions faire quelque chose pour vous être agréable ?
R. Priez pour mes frères ainsi que pour moi, nous avons beaucoup encore à faire peut-être. -