Manuscrito
Médium senhorita Chedeaux
19 de Novembro de 1863
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Corrupção Espontâneo,
A corrupção é a decomposição da matéria. A título de comparação, aplicamos essa denominação à decomposição da alma. O que é uma decomposição, perguntariam? É a desagregação das moléculas que compõem os corpos organizados.
Essas moléculas, unidas entre si pelo fluido organizador da vida, o qual é uma das modificações do fluido universal, são recolocadas, como resultado de sua retirada, em seu estado primitivo, e algumas delas, unindo-se de acordo com suas similaridades e afinidades, tornam-se preponderantes, e trazem a esse corpo um outro tipo de vida: retirado o fluido humano, o fluido animal domina e produz uma quantidade de vida nessa forma humana abandonada por seu fluido vital particular. Falo aqui apenas da decomposição do corpo humano; mas, essa desagregação de moléculas e sua agregação à outras moléculas pelo trabalho fluídico existe em todos os corpos compostos.
Vejamos, agora, a decomposição do ponto de vista moral, e aí encontraremos a mesma desagregação, mas, agora, dos princípios morais no lugar dos princípios materiais.
A alma, que é simples e ignorante, tem em sua consciência princípios inatos, que são a lembrança dos conselhos adquiridos na escola dos bons Espíritos instrutores, e o desejo de colocá-los em prática foi seu objetivo ao tomar um corpo humano.
Ah bem! Esses desejos do bem formam um corpo moral, se posso assim me expressar, que se dissolve e se decompõe com o contato dos princípios impuros que lhe são inculcados por outros espíritos encarnados. Aí, a desagregação se opera: o encarnado vê afastar-se dele e suas boas resoluções e sua coragem de resistir; então, os princípios materiais particulares, unindo-se àqueles dos encarnados impuros, dão uma força poderosa ao mal que, dominando, produz, então, atos diametralmente opostos àqueles desejados primitivamente por este encarnado.
A decomposição dos princípios morais conduz à /2/ corrupção do espírito, assim como a decomposição das moléculas dos corpos humanos conduz à corrupção destes corpos, pois a corrupção significa, ainda, a derrogação do princípio primitivo e transformação inferior. É a antítese do progresso; é o retorno em direção às condições inferiores, tanto na moral quanto no físico.


Méd. Mlle. Chedeaux
19 Novembre 1863
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Corruption Spontanée,
La corruption est la décomposition de la matière. Par comparaison, on applique cette dénomination à la décomposition de l’âme. Qu’est-ce qu’une décomposition dira-t-on ? C’est la désagrégation des molécules composant les corps organisés.
Ces molécules unies entre elles par le fluide organisateur de la vie, lequel est une des modifications du fluide universel, sont remises, par le fait de sa retraite, dans leur état primitif, et certaines d’entre-elles s’unissant d’après leurs similitudes et affinités deviennent prépondérantes et amènent dans ce corps une autre sorte de vie : le fluide humain retiré, le fluide animal domine et produit une quantité de vies dans cette forme humaine abandonnée par son fluide vital particulier. Je parle ici seulement de la décomposition du corps humain ; mais cette désagrégation des molécules et leur agrégation à d’autres molécules par le travail fluidique existe dans tous les corps composés.
Prenons maintenant la décomposition au point de vue moral, et nous y trouverons la même désagrégation ; mais alors des principes moraux au lieu des principes matériels.
L’âme qui est simple et ignorante a dans sa conscience des principes innés qui sont le souvenir des conseils puisés à l’école des bons Esprits instructeurs, et le désir de les mettre en pratique a été son but en prenant un corps humain.
Eh bien! Ces désirs du bien forment un corps moral si je puis m’exprimer ainsi, qui se dissout et se décompose au contact des principes impurs qui leur sont inculqués par d’autres esprits incarnés. Là, la désagrégation s’opère ; l’incarné voit s’éloigner de lui et les bonnes résolutions et son courage de résistance ; puis ses principes matériels particuliers s’alliant à ceux des incarnés impurs, donnent une force puissante au mal qui, dominant alors, produit des actes diamétralement opposés à ceux désirés primitivement par cet incarné.
La décomposition des principes moraux entraîne la /2/ corruption de l’esprit comme la décomposition des molécules des corps humains, entraîne la corruption de ce corps, car la corruption signifie encore dérogation au principe primitif et transformation inférieure. C’est l’antithèse du progrès ; c’est le retour vers les conditions inférieures au moral comme au physique.