Manuscrito
Paris, 14 de agosto de 1866.
Prezado senhor,
O zuavo do acampamento de Châlons deve ser aquele que conheço, pois seu nome é Jacob e ele esteve envolvido, aqui e em Versalhes, na mediunidade de cura, mas em menor escala. Eu ficaria feliz se o senhor fosse vê-lo, como deseja, e me desse detalhes em cuja exatidão eu possa confiar, uma vez que, em todas as coisas, é sempre preciso levar em conta o exagero.
Além disso, disseram-nos que médiuns de cura muito eficientes seriam formados e causariam impacto. Seria este o caso, visto que os próprios jornais estão aproveitando o fato e o divulgando. /2/ Tudo é combinado pelos poderes invisíveis que dirigem o movimento para chamar a atenção à doutrina, estimular os indiferentes e confundir os detratores. De acordo com essas previsões, devemos esperar coisas ainda mais extraordinárias, pois é preciso que se cumpra o que está nos desígnios de Deus, e todos os esforços da incredulidade não poderão impedi-lo.
Acho que será fácil ver o senhor Jacob, pois suponho que ele não esteja incomunicável. De qualquer forma, vou enviar um recado para ele. Na conversa, sugiro que o advirta contra os perigos da presunção e do orgulho, os quais arruinaram tantos médiuns cujas notáveis faculdades foram pervertidas e aniquiladas sob a influência dessas duas falhas humanas. A mediunidade é uma faculdade que Deus dá e retira quando deseja; ele /3/ ama e favorece os humildes de coração; ele abandona e pune os presunçosos que se orgulham dos dons que ele lhes concede para o bem de seus semelhantes, e não para a satisfação de seu amor-próprio.
Alguns conselhos nesse sentido, vindos de um estranho, só podem ser-lhe úteis.
Parto amanhã para uma ausência bastante longa, mas se o senhor tiver algo a me dizer, não é preciso esperar o meu retorno. Se necessário, a pessoa que está me substituindo poderá responder-lhe.
Lamento que meu itinerário não me leve à sua direção; seria para mim um grande prazer apertar-lhe a mão.
Queira aceitar, caro senhor, a certeza dos meus sentimentos afetuosos.
AK.
Paris, le 14 août 1866.
Cher Monsieur,
Le Zouave du camp de Châlons doit être celui que je connais, car il se nomme Jacob, et s’occupait ici et à Versailles de médiumnité guérissante, mais sur une plus petite échelle. Je serais bien charmé que vous allassiez le voir, comme vous en avez le désir, et d’avoir par vous des détails sur l’exactitude desquels je pourrai compter, car il faut toujours faire en toutes choses la part de l’exagération.
Du reste, il nous a été annoncé qu’il se formerait des médiums guérisseurs d’une grande puissance et feraient sensation. Ce serait bien ici le cas, puisque les journaux eux-mêmes s’emparent du fait et le propagent. /2/ Tout est combiné par les puissances invisibles qui dirigent le mouvement pour appeler l’attention sur la doctrine, stimuler les indifférents et confondre les détracteurs. Selon ces prévisions, nous devons nous attendre à des choses bien plus extraordinaires encore, car il faut que ce qui est dans les desseins de Dieu s’accomplisse, et tous les efforts de l’incrédulité ne pourront l’empêcher.
Je pense qu’il vous sera facile de voir M. Jacob, car je ne suppose pas qu’il soit mis au secret. Dans tous les cas je vous adresse un petit mot pour lui. Dans la conversation, je vous engage à le prévenir contre les dangers de la présomption et de l’orgueil qui ont perdu tant de médiums dont les facultés remarquables se sont perverties et annihilées sous l’empire des deux travers de l’humanité. La médiumnité est une faculté que Dieu donne et retire quand il lui plaît ; il /3/ aime et favorise les humbles de cœur ; il abandonne et châtie les présomptueux qui s’enorgueillissent des dons qu’il leur accorde pour le bien de leurs semblables, et non pour la satisfaction de leur amour propre.
Quelques conseils dans ce sens venant d’une personne étrangère ne pourront que lui être utiles.
Je pars demain pour une assez longue absence, mais si vous avez quelque chose à me communiquer, veuillez ne pas attendre mon retour. Au besoin la personne qui me remplace pourra vous répondre s’il y a lieu.
Je regrette que mon itinéraire ne me dirige pas de votre côté ; j’aurais eu un bien grand plaisir à aller vous serrer la main.
Veuillez agréer, cher Monsieur, la nouvelle assurance de mes sentiments affectueux.
AK.
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