Manuscrito
Senhor Eug. Vezy
8º de Paris
Sessão de 6 de janeiro
Santo Agostinho
]M.M.B.[
Destino da alma e morte espiritual
Tem razão, não lance seu olhar para um horizonte distante se temer que sua vista se turve. É melhor olhar para a escuridão do que para o sol, se for para ele abatê-lo com a cegueira. Mas deixem aqueles que não têm medo de mergulhar no grande dia, de afogar-se nele, e prometo que não terão de temer a cegueira.
Há coisas que não podem ser ensinadas pelo vulgar. Muitas vezes é preciso, para compreender a solução de um problema, entrar nos detalhes abstratos de uma teoria obscura, a qual requer um cérebro apto às explicações e aos estudos. Mas, uma vez que um teorema algébrico não será compreendido nem em seus dados nem em seus elementos, isto significa que sua aplicação é falsa? De modo algum, pois seria então necessário que rejeitassem todas as grandes verdades que se apoiam apenas em cálculos que a maioria não sabe fazer nem compreender. Seria necessário rejeitar todas as grandes questões que são feitas e seu valor, pois a maior parte delas precisa, para serem definidas, de demonstrações paradoxais que lhes servem de escada. Tenham isto em mente: a felicidade da humanidade, em seu desenvolvimento, apoia-se apenas no progresso, e o progresso, em seu curso, apoia-se apenas em paradoxos. Que Deus nos proteja. Não venho defender, com este preâmbulo, a teoria do espírito de George sobre a caminhada da alma, indo ao seu apogeu para fundir-se no seio de Deus; ele equivocou-se em sua dissertação. Venho apenas responder às observações críticas que têm sido feitas sobre a morte espiritual. Venho defender um dos partidários dessa ideia, acrescentando algumas palavras que talvez tornem mais claro o que já disse sobre ela. Ah! Na glória que a todos espera, não nos será permitido esquecer nossas ingratidões e /2/ nossos excessos para com aquele que nos cobriu de bênçãos. Ah! O quê! Eu teria sido um criminoso, um assassino, um infanticida, um parricida, e eu poderia, em minha beatitude e em minha glória, olhar para as manchas de sangue que cobrem minhas mãos sem enrubescer. Eu teria batido meu filho contra um rochedo, e me lembraria de seus gritos de agonia, de seu último suspiro, de sua última palavra, que talvez fosse o nome de sua mãe, nome em que meu coração não sente repulsa e desgosto e não se revolta contra mim mesmo. Eu teria bebido o sangue de meu inimigo, teria afundado minhas mãos nas entranhas fumegantes de meu irmão, para que seus cadáveres presentes à minha memória não cresçam [como o de] Caim. O que fez com seu irmão?... Monstruosidade revoltante da justiça e da bondade de Deus, que teria me coberto com um manto branco no qual certamente estariam escritos meus homicídios e o qual eu arrastaria entre os eleitos com uma coroa de arcanjo!... Não! [ileg.] deixem que os homens acreditem que eles esquecerão seus crimes passados e que, em sua glória, só terão sorrisos em seus lábios quando estiverem morrendo, tentando se lembrar de sua juventude. Toda a teoria da morte espiritual aí explicada, e sou um de seus defensores e apóstolos! Ah! Quão sublime Deus me parece, pois Ele me permite olhar o passado com sorrisos, e o futuro com entusiasmo. O futuro!... Mas qual palavra é capaz de destruir minha individualidade? A fusão universal no seio de Deus! Erro que destruiria o fato da própria criação, ao destruir seus verdadeiros destinos! Vocês <deveriam> ficar em silêncio quando se trata do objetivo definitivo para a [...]


M. Eug. Vezy
8e de Paris
Séance du 6 Janvier
St Augustin
]T.T.B.[
Destinée de l’âme & Mort Spirituelle
Vous avez raison, ne jetez pas les yeux sur un horizon éloigné si vous craignez que votre vue ne se trouble. Il vaut mieux regarder l’obscurité que de fixer le soleil s’il doit vous accabler de cécité. Mais que ceux d’entre vous qui ne craignent point de plonger dans le grand jour, s’y noient et je vous le promet il n’auront pas à redouter d’aveuglement.
Il est de ces choses qui ne peuvent être enseignées par le vulgaire. Il faut souvent pour comprendre la solution d’un problème entrer dans les détails abstraits d’une théorie obscure pour laquelle un cerveau apte aux explications et aux études, est nécessaire. Mais parce qu’un théorème algébrique ne sera compris ni dans ses données ni dans ses éléments s’en suivra tel de là que son application en est fausse. Non sans doute, car alors il vous faudrait rejeter toutes les grandes vérités qui ne s’appuient que sur des calculs que la plupart ne savent ni faire, ni ne comprennent. Il vous faudrait rejeter toutes les grandes questions qui <s’agissent> et leur valeur, la plupart ayant besoin pour se définir des démonstrations paradoxales qui leur servent de <marchepieds>. Retenez bien ceci : Le bonheur de l’humanité dans son développement ne s’appui<e> que sur le progrès, et le progrès dans sa course ne s’appui<e> que sur des paradoxes. À Dieu ne plaise. Je ne viens point défendre par ce préambule la théorie de l’esprit de George sur la marche de l’âme allant à son apogée se fusionner dans le sein de Dieu, il s’est égaré dans sa dissertation, je ne venu que répondre aux observations critiques qui viennent d’être faites sur la mort spirituelle. Un des champions de cette idée, je viens le défendre, en ajoutant quelques mots qui rendront peut-être plus claire ce que j’en ai dit déjà. Eh’ quoi ! Dans la gloire qui nous attend tous il ne nous sera point permis d’oublier nos ingratitudes et /2/ nos énormités envers celui qui nous aura accablé de bienfaits. Eh ! Quoi ! J’aurais été criminel, j’aurais été assassin, infanticide, parricide, et je pourrais dans ma beatitude et ma gloire regarder les taches de sang qui couvrent mes mains sans en rougir. J’aurais brisé mon enfant contre la pierre d’un rocher et je me souviendrais de ses cris d’agonie, de son dernier râle, de son dernier mot qui fut peut-être <le nom> de sa mère, nom que mon cœur ne se soulève de <répulsion> et de dégoût et ne se révolte contre moi même. J’aurais bu le sang de mon ennemi, j’aurais noyé mes mains dans les entrailles fumantes de mon frère, que leurs cadavres présents à mon souvenir ne me crûrent plus Caïn. Qu’as tu fais de ton frère .?. Monstruosité révoltante de la justice et de la bonté de Dieu qui m’aurait drapé d’une robe blanche sur laquelle seraient <écrit> mes meurtres et que je traînerais parmi les élus avec une couronne d’archange !... Non ! laissez croire aux hommes qu’ils oublierons leurs crimes passés et que dans la gloire ils n’auront que des sourires sur les lèvres en mourant cherchant à se rappeler leur jeunesse. Toute la théorie de la Mort Spirituelle s’explique là, et j’en suis un des partisanes et des apôtres ! Oh ! Que Dieu me semble sublime puisqu’il me permet de regarder le passé avec des sourires, et l’avenir avec enthousiasme. L’avenir !.. Mais quel mot vient détruire mon individualité ? La fusion universelle dans le sein de Dieu! Erreur qui voudrait détruire le fait de la création elle-même, en en détruisant ses vraies destinées !.. Vous <devriez> vous taire quand il s’agit du but définitif pour la [...]
[148] | 29/11/1868 | Diálogo Comunicação - Allan Kardec [em andamento] |
[216] | 01/06/1873 | Inventário Geral |
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