Manuscrito
Aproximação à Reencarnação
Vou iniciar-te, tanto quanto puder, nessa grande obra da reencarnação.
Sinto os primeiros sinais e só consigo comparar minha agitação à dos pássaros que se preparam para sua migração.
Como eles, sou guiada por uma espécie de instinto, mas mais do que eles. Eu sei prever e temer. A lembrança da minha culpa diante de Deus reacende minha esperança. Vejo Espíritos que, como eu, vegetaram, lançando-se radiantes às esferas superiores, e, encorajados pelo exemplo deles, os pobres seres, fracos e impotentes, mostram-nos seus flancos ainda sangrando das feridas da vida e nos exortam a nos regenerar nesse banho de dor de onde suas almas emergiram purificadas. No mundo dos Espíritos, assim como no dos humanos, existe uma turba de espíritos fracos, indóceis e irrefletidos que vegetam e não estão muito mais avançados do que os humanos [2] mais ignorantes. A morte não lhes ensina mais do que a vida lhes ensinou, eles vagam sem rumo, gemem e se queixam, sem refletirem sobre si mesmos, e a visão dos espíritos radiantes não provoca neles nada além de uma inveja mesquinha. Em vez de se elevarem ao céu, seus olhos se voltam para o mundo que deixaram, e do qual lamentam as alegrias grosseiras e as errôneas agitações. No entanto, não faltam ensinamentos para esses espíritos, que são no mundo invisível o que os tolos, os estúpidos e os maldosos são no vosso mundo. O livro divino está aberto para eles como para todos; podem lê-lo, mas avançaram tão pouco no curso de suas encarnações que sua compreensão grosseira recusa à luz, seus olhos, enfraquecidos como os dos pássaros noturnos, não suportam o brilho do dia, ainda assim, são poucos os que não percebem, de tempos em tempos, sua própria fragilidade e que não se esforçam para dela escapar, sobretudo quando o momento da reencarnação [3] se aproxima, eles sentem confusamente que uma vida de luta vai recomeçar para eles e sabem que precisam se preparar, tremem e desejam, reunindo num instante os parcos conhecimentos acumulados ao longo de suas vidas anteriores, pois, antes de sermos lançados na trilha áspera, todos nós somos avisados de que vestiremos, também, a túnica nupcial e nos aproximaremos do nosso Pai, que nos acolherá como filhos queridos, esse instinto de eternidade e aperfeiçoamento sem dúvida nos seguirá na vida e nos sustentará contra suas fraquezas.
Novel
Approche de la Réincarnation
Je vais t’initier, autant que je le pourrai, à ce grand œuvre de la réincarnation.
J’en ressens les prémices et je ne puis comparer mon agitation, qu’à celle des oiseaux qui se préparent à leur migration.
Comme eux, je suis entraînée par une sorte d’instinct, mais plus qu’eux. Je sais prévoir et craindre. Le souvenir de me faute de Dieu, ranime mon espoir. Je vois des Esprits qui ont végété comme moi, s’élancer radieux vers les sphères supérieures, et encouragés par leur exemple, les pauvres êtres, faibles, et impuissants ils nous montrent leurs flancs saignants encore des plaies de la vie et nous exhortent à nous régénérer dans ce bain de la douleur, d’où leur âme est sortie, purifiée. Il y a dans le monde des Esprits comme dans celui des humains, une tourbe d’esprits faibles, indociles, irréfléchis qui végètent et ne sont guère plus avancés que les humains [2] les plus ignorants. La mort ne leur apprend pas davantage que ne leur a enseigné la vie, ils errent sans but, ils gémissent et se plaignent, sans faire de retour sur eux-mêmes et la vue des esprits radieux n’excite en eux qu’une basse envie, au lieu de s’élever vers le ciel, leurs yeux s’abaissent vers le monde, qui ils ont quitté, et dont ils regrettent les joies grossières, et les trompeuses agitations. Les enseignements ne manquent pourtant pas à ces esprits qui sont au monde invisible ce que les idiots, les sots, les méchants, sont au vôtre. Le livre divin leur est ouvert comme à tous, ils peuvent y lire, mais ils se sont si peu avancés, dans le cours de leurs incarnations que leur entendement grossier, se refuse à la lumière, leurs prunelles alanguis comme celles des oiseaux de nuit ne peuvent supporter l’éclat du jour, pourtant il en est peu qui ne sentent de tous en tous leur infirmité, et qui ne s’efforce d’y échapper, surtout quand le moment de la réincarnation [3] approche ils sentent confusément qu’un vie de lutte, va recommencer pour eux, et qu’ils doivent s’y préparer, ils frémissent et désirent et rassemblent en un instant les faibles connaissances recueillies pendant le cours de leurs vies précédentes, car avant d’être lancés dans la voie rude nous tous, sommes avertis que nous revêtirons aussi, la robe nuptiale et que nous nous approcherons aussi de notre père qui nous recevra comme des enfants chéris, cet instinct de l'éternité, et du perfectionnement nous suivra sans doute dans la vie, et nous soutiendra contre ses défaillances.
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