Manuscrito
Médium C. Breul Grupo Carita 14 de Abril de 1866
Uma retificação
Retomarei aqui e desenvolverei minhas ideias sobre a causa das existências destruídas que eu havia enunciado na última sexta-feira. Foi dito que eram existências que terminaram, ou uma provação para os pais. É precisamente a primeira destas suposições que eu havia elaborado, uma explicação mais completa do que as que haviam sido dadas até então. Sabendo-me o primeiro a enunciá-la, eu temia não ter a aprovação dos Espíritos mais elevados; eu arriscava um comentário sobre seu ensinamento, mas ainda assim, havia apenas indicado meu pensamento; mas, como o sentido de minha comunicação tem sido um pouco distorcido involuntariamente ao tentar desenvolvê-la, venho aqui dar minha opinião de maneira mais completa.
Explico a expressão “uma existência que termina” pela seguinte hipótese, que está longe de ser gratuita, se ainda não foi comprovada.
Deus, por sua própria natureza, não quer, em certos casos, deixar prolongar uma existência quando ela é inútil aos outros ou à própria pessoa, ou quando for mais útil para ela ou para os outros que comece uma nova encarnação. Descarto, de primeira, o caso de uma missão a um nível qualquer na qual o indivíduo encarne para ser útil aos outros. Resta, então, o caso em que se vem apenas para se aperfeiçoar; este é o único que examino.
Influenciado quase exclusivamente pela teoria que eu havia apresentado sobre os princípios da educação, o Presidente da Sociedade acreditou que eu quisesse fazer disso, por parte de Deus, um meio de impedir o homem de cair no vício, um meio de eliminar as más influências.
/2/ Não é exatamente isto que eu quis dizer. Meu pensamento era que: em uma encarnação qualquer, mas como um Espírito já saído dos baixios do vício, nós vimos a Terra com este ou aquele defeito para superar, o quê não pudemos fazer em outra existência; a luta que vimos, então, terminar, tinha lugar, mas não eternamente; chegava um momento no qual a vitória era assegurada a uma das partes. Quando é a virtude que importa, a encarnação não tem mais razão de ser, o defeito estando vencido; é então que a existência é destruída, e precisamente aquela que dava as mais belas esperanças, já que o bem havia prevalecido sobre o mal. A alma cumpre, então, uma outra encarnação, mas em outras circunstâncias, próprias para encobrir qualquer defeito menor, cuja atual encarnação não poderia ter apresentado. Ao contrário, ocorre que aqueles que deixaram o mal dominar, permanecem mais tempo sobre a Terra para já serem punidos (antes de o serem entre os Espíritos) por sua fraqueza e covardia, pois toda má ação, fruto de um defeito enraizado, traz, durante a própria existência terrestre, sua punição.
Este é o ponto que eu queria elucidar; não passa de uma nuance, mas quero a responsabilidade apenas por minhas opiniões completamente pessoais.
Um espírito.


Médm C. Breul Groupe Carita 14 Avril 1866
Une rectification
Je vais reprendre ici et développer mes idées sur la cause des existences brisées que j’avais énoncée vendredi dernier. On a dit qu’elles étaient des existences qui s’achevaient, ou une épreuve pour les parents. C’est précisément la première de ces suppositions dont j’avais avancé une explication plus complète qu’on ne l’avait donnée encore. Me sachant le premier à l’énoncer, je craignais de n’avoir pas l’approbation des Esprits plus élevés ; je hasardais un commentaire sur leur enseignement, aussi n’avais-je fait qu’indiquer ma pensée ; mais comme on a involontairement un peu faussé le sens de ma communication en cherchant à le développer, je viens ici donner plus complètement mon opinion.
J’explique le mot une existence qui s’achève par l’hypothèse suivante qui est loin d’être gratuite, si elle n’a pas encore acquis la certitude.
Dieu par sa nature même ne veut pas, dans certains cas, laisser prolonger une existence lorsqu’elle est inutile aux autres ou à la personne même, ou lorsqu’il serait plus utile pour elle ou pour les autres qu’elle commençât une nouvelle incarnation. J’écarte d’abord le cas d’une mission à un degré quelconque où l’on vient s’incarner pour être utile aux autres. Il reste donc le cas où l’on vient seulement pour se perfectionner ; c’est celui-là seul que j’examine.
Frappé presque exclusivement de la théorie que j’avais présentée sur les principes de l’éducation, le Président de la Société a cru que je voulais en faire de la part de Dieu un moyen d’empêcher l’homme de tomber dans le vice, un moyen d’écarter les mauvaises influences.
/2/ Ce n’est pas là précisément ce que j’avais voulu dire ; ma pensée était que : à une incarnation quelconque, mais d’un Esprit déjà sorti des bas fonds du vice, on venait sur terre avec tel ou tel défaut à vaincre, ce que l’on n’avait pas pu faire dans une autre existence ; la lutte que l’on venait donc achever avait lieu, mais non pas toujours ; il arrivait bien un moment où la victoire était assurée à l’une des parties. Lorsque c’est la vertu qui l’emporte, l’incarnation n’a plus de raison d’être, le défaut étant vaincu ; c’est alors que l’existence est brisée, et précisément celle qui donnait les plus belles espérances puisque le bien l’avait emporté sur le mal. L’âme accomplit alors une autre incarnation, mais dans d’autres circonstances propres à étouffer quelque défaut moindre, et que l’incarnation actuelle n’aurait pu présenter. Au contraire, il arrive que ceux qui ont laissé prendre l’empire au mal restent plus longtemps sur terre pour être déjà punis (avant de l’être parmis les Esprits) de leur faiblesse et de leur lâcheté, car toute mauvaise action, fruit d’un défaut enraciné porte pendant l’existence terrestre même sa punition.
C’était là le point que j’avais voulu élucider, ce n’est qu’une nuance, mais je ne veux la responsabilité que de mes opinions complètement personnelles.
Un Esprit.