Manuscrito
18 de outubro de 1860.
Saül.
Em nome de Deus Todo-Poderoso, eu peço ao Espírito que se comunica com a senhorita Bonnier, sob o nome de Saül, atender ao meu chamado.
Em sua alma e consciência, o senhor não pode deixar de reconhecer que, ontem à noite, foi-lhe impossível sustentar sua encenação. Contudo, eu lhe faço justiça, reconhecendo que não é um mau Espírito, mas um Espírito ignorante e muito presunçoso. Não deve ser completamente feliz, pois a violência que demonstrou para com o senhor <Crezel> é um signo de Espírito sofredor e infeliz. Veja que diferença para com são Luís. Acredite em mim, pare de querer parecer o que não é; para sustentar sua tese, o senhor cometeu um sacrilégio, e por isso será punido; poderia evitar, e eu peço a Deus que o perdoe e aos bons Espíritos que o esclareçam. Estou persuadido que Deus ouvirá minha prece se fizer, como o senhor mesmo disse, o que é preciso. Ponha todo o orgulho de lado, e diga francamente que se enganou. O senhor bem sabe que, se pode enganar algumas pessoas ignorantes, na reunião de ontem ninguém se deixou enganar; induzindo a erro pessoas corajosas que não são capazes de refutá-lo, comete uma má ação da qual se arrependerá, da qual já pode se arrepender. Veja que eu não testemunho nenhuma malevolência, muito ao contrário: meu maior desejo é vê-lo feliz, e para mim isso seria uma felicidade, aprender que resolutamente entra na única via que pode conduzi-lo à felicidade. Considere que um dia reencontrará no mundo dos Espíritos todas as pessoas que atualmente busca prejudicar, inclusive a mim; será necessário reconhecer seus erros; não é melhor fazê-lo agora, para ter nossa estima quando nós nos veremos? Reflita bem sobre tudo isso, e espero que, para o senhor, as preces que dirijo a Deus não sejam em vão.
Eu oro à Verdade e a são Luís para interceder comigo por este Espírito, em seu próprio interesse e no da verdadeira doutrina.
Eu agradeço a Deus pela proteção que se digna conceder-me todos os dias.
18 octobre 1860.
Saül.
Au nom de Dieu Tout Puissant je prie l’Esprit qui se communique à M.elle Bonnier sous le nom de Saül de venir à mon appel.
En votre âme et conscience vous ne pouvez vous empêcher de reconnaître qu’hier au soir il vous a été impossible de soutenir votre rôle ; cependant je vous rends justice en reconnaissant que vous n’êtes pas un mauvais Esprit, mais un Esprit ignorant et trop présomptueux. Vous ne devez pas être complètement heureux, car la violence que vous avez montrée par M.r <Crezel> est un signe d’Esprit souffrant et malheureux. Voyez quelle différence avec S.t Louis. Croyez-moi, cessez de vouloir paraître ce que vous n’êtes pas ; pour soutenir votre thèse, vous avez commis un sacrilège, et vous en serez puni ; vous pouvez l’éviter, et je prie Dieu de vous pardonner et les bons Esprits de vous éclairer ; je suis persuadé que Dieu entendra ma prière si vous faites, comme vous l’avez dit vous-même, ce qu’il faut de votre côté. Mettez tout orgueil de côté, et dites franchement que vous vous êtes trompé. Vous voyez bien que si vous pouvez abuser quelques gens ignorants, personne dans la réunion d’hier n’a été votre dupe ; en induisant en erreur de braves gens qui ne sont pas à même de vous réfuter, vous commettez une mauvaise action dont vous vous repentirez, dont vous vous repentez peut-être déjà. Vous voyez que je ne vous témoigne aucune malveillance, bien au contraire, mon plus grand désir est de vous voir heureux, et ce serait pour moi un bonheur d’apprendre que vous êtes résolument entré dans la seule voie qui puisse vous conduire au bonheur. Songez qu’un jour vous reverrez dans le monde des Esprits toutes les personnes que vous cherchez maintenant à abuser ainsi que moi ; il faudra bien alors convenir de vos torts ; ne vaut-il pas mieux le faire tout de suite pour avoir notre estime quand nous vous verrons. Réfléchissez bien à tout cela, et j’espère que les prières que j’adresse à Dieu pour vous ne seront pas vaines.
Je prie la Vérité et S.t Louis d’intercéder avec moi pour cet Esprit, dans son propre intérêt, et dans celui de la vraie doctrine.
Je remercie Dieu de la protection qu’il daigne m’accorder tous les jours.
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