Manuscrito
11 de janeiro de 1865.
Meu caro senhor Bez,
Mando-lhe, junto desta, uma carta em resposta à que o senhor teve a bondade de escrever-me em nome da Sociedade; peço-lhe a gentileza de repassar-lhe.
Recebi o exemplar do Almanaque espírita que o senhor me enviou e agradeço-lhe a notícia a meu respeito; constitui para mim um dever esforçar-me para merecer as palavras generosas que ela contém.
Sobre o conjunto da obra, eu teria talvez algumas observações a fazer, se não fosse muito demorado expressá-las por escrito, pois seria preciso apoiá-las em desenvolvimentos demasiado extensos. Lastimei notadamente achar nele vários erros de fatos e de apreciações que se prendem à ignorância das circunstâncias que ocasionaram certas coisas. Não vou mencioná-las porque existem questões delicadas sobre as quais devo calar-me até nova disposição.
A respeito do senhor Sabò, há certas particularidades sobre as quais, creio, teria sido conveniente não nos manifestarmos. Quanto à posição que ele ocupa perto de mim, é assunto privado ao qual seria desnecessário dar publicidade. Se eu julgasse útil informar oficialmente o público, tê-lo-ia feito na Revue Spirite; o caso, porém, refere-se apenas à minha pessoa, não interessa, de modo algum, nem à doutrina espírita nem ao público indiferente. Não fiquei grato ao senhor d’Ambel por haver falado do caso no jornal dele sem o meu consentimento. Eu havia de fato informado a respeito a Sociedade Espírita de Paris, mas como as sessões não são públicas, não cabe dar publicidade ao que nelas ocorre ou delas se diz, sobretudo quando se trata de coisas privadas, estranhas à doutrina.
11 janvier 1865
Mon cher Monsieur Bez,
Je vous adresse ci-joint une lettre en réponse à celle que vous avez bien voulu m’écrire au nom de la Société ; soyez assez bon, je vous prie, pour la lui transmettre.
J’ai reçu l’exemplaire de l’almanach spirite que vous m'avez adressé et vous remercie de la notice qui me concerne ; c’est pour moi un devoir de m'efforcer de mériter les choses obligeantes qu’elle contient.
Sur l’ensemble de l’ouvrage, j’aurais peut-être quelques observations à faire, mais qu’il serait trop long de donner par écrit, parce qu’il faudrait les appuyer de développements trop étendus. J’ai notamment regretté d’y voir plusieurs erreurs de faits et d’appréciations qui tiennent à l’ignorance des circonstances qui ont amené certaines choses. Je ne les relèverai pas, parce qu’il est des questions délicates, /2/ sur lesquelles je dois m’abstenir jusqu'à nouvel ordre.
Au sujet de M. Sabò, il est certaines particularités sur lesquelles je crois qu’il eût été convenable de s’abstenir. Quant à la position qu’il occupe auprès de moi, c’est une chose d’intérieur qu’il était superflu de livrer à la publicité. Si j’avais cru utile d’en informer officiellement le publie, je l’aurais fait dans la Revue, mais c’est une chose qui me concerne personnellement et qui n’intéresse en aucune façon, ni la doctrine, ni le public indifférent. J’ai su mauvais gré à M. d’Ambel d’en avoir parlé dans son journal sans mon assentiment. J’en avais informé, il est vrai, la Société de Paris, mais les séances n’étant point publiques, ce qui s’y dit et s’y fait n’appartient pas à la publicité, surtout quand il s’agit de choses privées étrangères à la doctrine.