Manuscrito

Caderno de cartas 1859-1861 [22/10/1859]

Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas

Correspondência.

Cartas escritas.

Prezado e honrado colega,

A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, na sessão do [...], admitiu-o, {segundo a sua demanda}, como um de seus membros {associados livres}, conforme a apresentação de [...].

Nessa ocasião, fico feliz por ser o representante da Sociedade, que tem o prazer de encontrar no senhor um colega esclarecido e dedicado ao objeto de seus trabalhos.

Sua carta de {admissão}, com a qual doravante o senhor poderá se apresentar nas sessões, encontra-se com o senhor Ledoyen, nosso tesoureiro, na Galerie d’Orléans, 31, Palácio Real, onde poderá retirá-la.

Aceite, prezado e honrado colega, a expressão de meus sentimentos mais distintos.

Está no anexo o regulamento da Sociedade. ([ileg.])

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22 de outubro de 1859.

Senhorita Huet

Senhorita Huet,

Tenho a honra de comunicar-lhe que a Sociedade Parisiense dos Estudos Espíritas, em virtude da colaboração que a senhorita gentilmente tem prestado a ela, e da que oferece para o futuro, como médium, conferiu-lhe o título de membro honorário, na sessão do dia 21 deste mês.

Estou contente por ser, nessa ocasião, o representante da Sociedade, que tem o prazer em ter na senhorita uma colega dedicada ao objeto de seus trabalhos e espera que participe de suas sessões assim que lhe seja possível.

Portanto, a partir de agora, basta se apresentar para ser admitida e colocar seu nome na lista de presença.

Aceite etc.

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22 de outubro.

Senhor <Aumont>.

Senhor <Aumont, Livraria Boulevard de Strasbourg, 33>.

Carta de aviso de sua admissão como membro titular.

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22 de outubro.

Senhor de la <Roche>.

Senhor de la <Roche>, <rua Olivier>, 23.

Carta de aviso de admissão como membro titular.

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23 de outubro.

Senhor Pâquis.

Senhor Pâquis, rua Neuve-des-Petits-Champs, 71.

Os senhores Ledoyen e Sauton apresentaram-se como candidatos a membros titulares da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, na sessão do dia 21 deste mês. O relatório sobre a nomeação deles só poderá ser apresentado na sessão particular do dia 4 de novembro, mas até lá, e em conformidade com uma medida adotada pela Sociedade, é necessário que façam o pedido por escrito, indicando que tomaram ciência do regulamento da Sociedade e que se comprometem a cumpri-lo.

Os candidatos também devem indicar brevemente os estudos que já fizeram sobre o Espiritismo, as obras que leram sobre o tema e sua completa adesão aos princípios da Sociedade, que são os do Livro dos Espíritos. A carta deve ser acompanhada das assinaturas de dois declarantes que atestem as disposições do candidato que estiver ingressando na Sociedade.

Não tenho dúvida, <senhores>, de que a Sociedade ficará feliz e honrada por contar com os senhores entre seus membros e, com essa expectativa, peço-lhes a concordância etc. (Está no anexo o regulamento.)

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5 de novembro.

Senhorita de Port e senhora <de Laud>. Rua <Neuve Bréda, 6>. Carta de aviso de admissão.

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24 de novembro.

Senhor Dubois. Carta de aviso de admissão.

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24 de fevereiro de 1860.

À senhora Forbes.

Senhora,

Desde sexta-feira passada, tive a oportunidade de ver vários membros da Sociedade e pude confirmar a impressão causada pelo ocorrido. Antes de apresentar-lhe algumas reflexões sobre esse assunto, quis deixar se acalmar a emoção que a senhora estava sentindo, esperando que o tempo lhe desse mais maturidade para avaliar toda a situação. Confio muito em seu julgamento, senhora, para não pensar que tenha compreendido tudo que havia de lamentável nas palavras do seu marido; ainda que ele estivesse cem vezes com razão, a maneira como ele se comportou só poderia produzir um resultado infeliz, despertando irritação. Ele chegou, como a senhora, a um estado de superexcitação incompatível com a calma que se deve ter em discussões desse tipo. Ora, supondo que ele tivesse razão, a cólera e a violência não eram meios apropriados para ser ouvido. Eis, enfim, a impressão geral que tive e que creio dever lhe transmitir. Consideramos extraordinário o fato de que membros recém-admitidos e, especialmente, iniciados há tão pouco tempo na ciência espírita pudessem se julgar autorizados a se impor, ditando leis à Sociedade que acabara de acolhê-los e que conta com membros necessariamente mais experientes ou mais bem intencionados. Essa maneira de agir contrasta muito com o caráter de urbanidade e de distinção que nos agrada reconhecer na senhora. Há muito tempo, eu poderia ter-lhe dado algumas opiniões ditadas pelo desejo de esclarecê-la sobre certos pontos, mas tenho por hábito dar conselhos apenas àqueles que me solicitam; e previa que, pelo modo como certas sugestões foram recebidas pela senhora, /4/ que elas não seriam facilmente aceitas. Tive que esperar circunstâncias mais favoráveis.

De minha parte, senhora, agrada-me reconhecer toda a bondade de suas intenções; a senhora é, <sem dúvida, excelente espírita / espirita>, plena de fé, de zelo e de boa vontade. Mas, com mais experiência, a senhora teria sabido que os melhores sentimentos não são garantia contra certas obsessões que os próprios Bons Espíritos nos enviam como provas, e às quais nos entregamos por um entusiasmo exagerado, pois o entusiasmo é sempre uma causa de fraqueza, mesmo para aquele que se considera o mais forte.

Acabei de receber, senhora, uma carta do meu correspondente de Lyon, que ainda não pôde se ocupar do seu caso <com todo> o cuidado desejável, devido a circunstâncias pessoais. Ele me disse que tratará disso imediatamente e que me informará sem demora do resultado das suas verificações. Terei a honra de informá-la assim que obtiver a resposta.

Aceite.

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28 de fevereiro de 1860.

Senhor Auguste Paul,

De acordo com o que o senhor disse ao senhor Ledoyen, vejo que houve um mal-entendido em sua nomeação, visto que o senhor se apresentou, ao que parece, apenas na qualidade de membro correspondente. Tive então que, segundo seu desejo, anular a sua nomeação como membro titular e retirar seu cartão, que estava com o senhor Ledoyen.

Como o título de membro correspondente só pode ser concedido a pessoas que residem fora de Paris ou no exterior, ele só poderá ser-lhe conferido mais tarde, se o senhor estiver na Itália, como pretende, e após nova votação.

Portanto, doravante, o senhor só poderá assistir às sessões como ouvinte e munido de uma carta de apresentação, caso ainda não tenha participado duas vezes nessa qualidade.

Aceite.

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/5/ 15 de março de 1860.

Senhor Pierre Dubois,

Li com atenção as observações que o senhor me enviou sobre o regulamento e tomei nota delas. Apreciando seus motivos, adotei sua redação para o artigo na Revista Espírita, acrescentando apenas algumas palavras. Ficou então assim formulado: “O diretor da Revista Espírita está autorizado a publicar os trabalhos da Sociedade. Nenhum membro tem o direito de, individualmente, comunicar esses trabalhos em nenhuma outra publicação: somente a Sociedade tem esse direito; todavia, ela não pode autorizar a reprodução de artigos publicados na Revista Espírita sem o consentimento do diretor desta”.

Sem fazer disso uma questão de amor-próprio ou de interesse pessoal, aceitarei esta redação se ela puder satisfazer o que o senhor chama, com razão, de suscetibilidades dos nossos colegas. Será do mesmo modo com relação aos pontos que me parecem justos e úteis e que não devem comprometer a Sociedade.

A Sociedade, diz o senhor, é minha criança; de fato, tive participação em sua existência, mas frequentemente a criança se esquece do pai, e é um pouco o caso aqui, pois ela mal leva em consideração o que fiz por ela, em particular, e pela causa do Espiritismo em geral, à qual dediquei minha vida, <minhas vigílias>, e sacrifiquei meus interesses materiais. Quero, com efeito, que a Sociedade prospere, e por isso certas medidas me parecem indispensáveis; mas lhe digo, com toda sinceridade: se ela não adotar medidas eficazes para evitar o retorno dos inconvenientes que a experiência assinala, se eu vislumbrar nela elementos de perturbação, seria melhor eu me retirar completamente, e é o que farei, pois não quero perder meu tempo com discussões inúteis e constantemente reiniciadas.

Por causa dos meus escritos, da minha imensa correspondência e o do número considerável de pessoas que vêm me ver, encontro-me, pela força das circunstâncias, num centro que só pode crescer; ora, na minha posição, o senhor compreende que seria lamentável, para a própria doutrina, se houvesse nesse centro um foco de discórdia e de antagonismo; é o que devo evitar.

Aceite,

Allan Kardec.

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/6/ 11 de abril de 1860.

Ao senhor Prefeito de Polícia,

Tenho a honra de submeter à sua aprovação uma cópia do regulamento modificado da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

As modificações introduzidas têm o objetivo principal de evitar alguns inconvenientes que a experiência lhe indicou, adotando certas medidas restritivas nas admissões e lhe dando meios de ação mais eficazes no caso em que, apesar de seus cuidados, ela teria sido induzida a erro devido a pessoas que ela admite.

Uma vez que essas medidas devem ter o efeito de manter a ordem, de forma ainda mais rigorosa, e impedir que a Sociedade se desvie de seu modesto objetivo, que é o estudo, ouso esperar que elas terão a sua aprovação.

Também tenho a honra de informá-lo, senhor prefeito, que a partir de sexta-feira, 20 de abril, a Sociedade passará a reunir-se em meu endereço pessoal: rua Ste Anne, 59, Passage Ste Anne. Como o apartamento ainda não está disponível, haverá uma sessão particular na quarta-feira, 13 de abril, na rua de Provence, 34.

Tenho a honra,

Allan Kardec.

Presidente nomeado por três anos.

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/7/ 17 de janeiro de 1861.

À senhorita Huet.

Senhorita,

Há bastante tempo, fui informado de que fatos lamentáveis, que poderiam lançar dúvidas sobre a sua mediunidade, ocorreram em diversas circunstâncias. Enquanto acreditei que a coisa estivesse <restrita> a um pequeno círculo de pessoas, e pude duvidar dela, eu me <abstive>, em seu interesse, de falar sobre isso com quem quer que fosse, esperando que esses rumores pudessem se dissipar. Hoje, porém, esses fatos estão tão divulgados que assumem um deplorável caráter de consistência e produzem, em todos os que deles têm conhecimento, a mais penosa impressão. O comitê da Sociedade, à qual foram endereçadas observações sobre esse assunto, examinou a questão em sua última sessão, e é com pesar que lhe informo que, para evitar um <escândalo> que ameaçava acontecer a qualquer momento, de forma desagradável, ele considerou que a Sociedade deveria abster-se, pelo menos até segunda ordem, de aproveitar a sua colaboração. Essa <determinação>, resultante das circunstâncias, não afasta os agradecimentos que a Sociedade lhe deve pelos bons serviços, e cuja expressão ela pede que aceite.

Se não lhe falei disso no dia em que veio me ver, é porque precisava ouvir a opinião de alguns membros.

Aceite, senhorita, meus melhores cumprimentos.

A.K.

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4 de abril de 1861.

Senhor <Solichan>,

Comuniquei ao comitê a proposta que o senhor me fez na última vez que tive o prazer de vê-lo, e fico feliz em informá-lo de que o comitê, considerando o seu zelo à propagação da doutrina, e as numerosas expressões de simpatia que o senhor demonstrou à Sociedade, decidiu, por unanimidade, que o senhor será incluído na lista dos membros honorários, portanto com isenção das taxas, embora lamentando que as suas frequentes e longas ausências privem a Sociedade de sua presença. Como a senhorita Stéphanie permaneceu como único membro titular, isso responde ao desejo que o senhor me manifestou, e o comitê tem a oportunidade de reconhecer os serviços que o senhor presta à nossa causa com tanta dedicação.

Aceite.

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30 de outubro de 1861.

Senhor <Golovine>, conselheiro de Estado da <Russia>,

A carta de aviso como associado livre.

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Id.

Senhor <Vuillemoz>, rua Saint-Honoré, <314>.

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Id.

Senhora <viúva> <Boussetet>, 34, <rua Cadet>.

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Id.

Senhor <Bataille>, <18 / 16>, rua <Guénégaud>.

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Société Parisienne des Études Spirites.

Correspondance.

Lettres écrites.

/2/ Monsieur et honorable collègue,

La société parisienne des études de spirites, dans la séance du [...] vous a, {d’après votre demande,} admis au nombre de ses <membres> {associés libres}, sur la présentation de [...]

Je suis heureux, Monsieur, d’être en cette circonstance l’interprète de la société qui se félicite d’acquérir en vous un collègue éclairé et dévoué à l’objet de ses travaux.

Votre carte {d’admission} avec laquelle vous pourrez dorénavant vous présenter {aux séances}, est déposée chez M.r Ledoyen notre trésorier, Galerie d’Orléans, no 31, Palais royal où vous pourrez la retirer.

Agréez, Monsieur et honorable collègue, l’expression de mes sentiments les plus distingués

Ci-joint le règlement de la société. ([illis.])

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/2/ 1859 octobre 22.

Mlle Huet.

Mlle Huet,

J’ai l’honneur de vous informer que la société parisienne des études spirites, en considération du concours que vous avez bien voulu lui donner jusqu’à présent, et de celui que vous lui offrez pour l’avenir comme médium, vous a conféré le titre de membre honoraire dans sa séance du 21 de ce mois.

Je suis heureux, Melle, d’être en cette circonstance l’interprète de la société qui se félicite d’acquérir en vous un collègue dévoué à l’objet de ses travaux, et espère que vous voudrez bien assister à ses séances aussi exactement qu’il vous sera possible.

En conséquence il vous suffira dorénavant de vous présenter pour être admise, et de mettre votre nom sur la liste de présence.

Agréez etc.

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Octobre 22.

M.r <Aumont>.

M.r <Aumont libr. <Bould> de Strasbourg 33>

Lettre d’avis de son admission comme membre titulaire

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Octobre 22.

Monsieur de la <Roche>.

Monsieur de la Roche <R. Olivier>, 23

Lettre d’avis de son admission comme membre titulaire

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Octobre 23.

M. Pâquis.

M. Pâquis rue <n.ve des Petits Champs 71>.

MM. Ledoyen et Sauton vous ont présenté comme candidat au titre de membre titulaire de la société parisienne des études spirites dans la séance du 21 de ce mois. Le rapport sur votre nomination ne pourra avoir lieu que dans la séance particulière du 4 novembre, mais d’ici là, et en conformité d’une mesure adoptée par la société, il est nécessaire que vous <en> fassiez la demande vous-même par écrit, en indiquant que vous avez pris connaissance du règlement de la société, et que vous vous engagez à vous y conformer.

Les candidats doivent également indiquer sommairement les études qu’ils ont déjà faites en Spiritisme, les ouvrages qu’ils ont lus sur cette matière, et leur adhésion complète aux principes de la société, qui sont ceux du Livre des Esprits. La lettre doit être appuyée de la signature des deux présentateurs qui se rendent garants des <dispositions> du candidat en entrant dans la société.

Je ne doute pas, <M> que la société ne soit heureuse et honorée de vous compter au nombre de ses membres et <dans cet espoir> je vous prie <d’agréer / agréer> <etc>. (Joint un règlement.)

/3/ Novembre 5.

M.elle de Port et Mad <de Laud> Rue <n.ve [Neuve] Bréda 6>. Lettre d’avis de leur admission.

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Novembre <24>.

M. Dubois. Lettre d’avis d’admission.

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1860

février 24.

à Madame <Forbes>

Madame,

Depuis vendredi dernier, j’ai eu l’occasion de voir un assez grand nombre de membres de la société, et j’ai pu me confirmer dans l’impression produite par ce qui s’est passé. Avant de vous faire part de quelques réflexions à ce sujet, j’ai voulu laisser se calmer l’émotion dont vous étiez animée, espérant que le temps <vous> mettrait à même d’en peser plus mûrement la partie. J’augure trop bien, Madame, de votre jugement pour ne pas penser que vous avez compris tout ce qu’il y avait de regrettable dans les paroles de M.r votre mari; aurait-il eu cent fois raison, que la manière dont il s’y est pris ne pouvait produire qu’un résultat fâcheux en excitant l’irritation. Il est arrivé, ainsi que vous, Madame, dans un état de surexcitation incompatible avec le calme qui doit présider aux discussions de ce genre. Or, en supposant qu’il fût dans le vrai, la colère et la violence n’étaient pas des moyens propres à se faire écouter. Voici, du reste, l’impression la plus générale que j’ai recueillie, et dont je crois devoir vous faire part. On a trouvé extraordinaire que des membres à peine admis, et surtout initiés depuis si peu de temps à la science spirite, aient pu se croire autorisés à venir <s’imposer> en dictant des lois à la société qui venait de les accueillir, et qui compte des membres nécessairement plus expérimentés sinon mieux <intentionnés>. Cette manière de procéder <contrastait> trop avec le caractère d’urbanité et de distinction qu’on se plaît à vous reconnaître. J’aurais pu depuis longtemps vous donner quelques avis dictés par le désir de vous éclairer sur certains points, mais j’ai pour habitude de ne donner des conseils qu’à ceux qui m’en demandent, et je prévoyais, à la manière dont certaines ouvertures ont été accueillies par vous, /4/ qu’ils ne seraient pas facilement acceptés. J’ai dû attendre des circonstances plus favorables.

Je me plais, pour ma part, Madame, à reconnaître toute la bonté de vos <intentions> ; vous êtes <sans> contredit l’un et l’autre, d’excellents spirites, <pleins> de foi, de zèle et de bonne volonté ; mais avec plus d’expérience, vous auriez su que les meilleurs sentiments ne garantissent pas de certaines obsessions que les Bons Esprits eux-mêmes nous <envoient> comme épreuves, et auxquelles <on donne> prise par un enthousiasme exagéré, car l’enthousiasme est toujours une cause de faiblesse, même chez celui qui se croit le plus fort.

Je reçois à l’instant, Madame, une lettre de mon correspondant de Lyon qui n’a pu encore s’occuper de votre affaire <avec tout> le soin désirable par suite de circonstances personnelles. Il m’annonce qu’il va le faire immédiatement, et qu’il m’informera sans retard du résultat de ses recherches. J’aurai l’honneur de vous en instruire aussitôt que j’aurai la réponse.

Agréez.

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1860 28 février.

M.r Auguste Paul,

M.r d’après ce que vous avez dit à M.r Ledoyen, je vois qu’il y a eu malentendu dans votre nomination, puisque vous ne vous étiez, à ce qu’il paraît présenté qu’en qualité de membre correspondant. J’ai donc dû, selon votre désir, annuler votre nomination comme membre titulaire, et retirer votre carte de chez M. Ledoyen.

Le titre de membre correspondant ne pouvant être donné qu’à des personnes résidant hors de Paris ou à l’étranger, ne pourra vous être conféré que plus tard, si vous allez en Italie, ainsi que vous en avez le projet, et après un nouveau vote.

Vous ne pourrez donc assister dorénavant aux séances que comme auditeur et muni d’une lettre d’introduction, si vous n’y avez déjà assisté deux fois en cette qualité.

Agréez.

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/5/ 15 mars 1860.

M.r Pierre Dubois,

J’ai lu avec attention les observations que vous m’avez adressées au sujet du règlement et j’en ai pris bonne note. Appréciant vos motifs, j’ai adopté votre rédaction concernant l’article relatif à la Revue Spirite, en y ajoutant seulement quelques mots. Il se trouve donc ainsi formulé : « Le Directeur de la Revue Spirite est autorisé à publier les travaux de la société. Aucun membre individuellement n’a le droit de communiquer ces travaux à aucune autre publication : la Société seule a ce droit ; toutefois elle ne peut autoriser la reproduction des articles publiés par la Revue Spirite sans l’assentiment du Directeur de la dite Revue. »

Ne faisant de cela une affaire ni d’amour-propre ni d’intérêt personnel, j’accepterai cette rédaction si elle peut satisfaire ce que vous appelez avec raison les susceptibilités de nos collègues. Il en sera de même sur les points qui me paraîtront justes et utiles, et ne pas devoir compromettre la société.

La société, dites-vous, est mon enfant ; je suis bien en effet pour quelque chose dans son existence, mais il arrive souvent que l’enfant oublie son père, et c’est un peu ici le cas, car elle ne tient guère compte de ce que j’ai fait pour elle en particulier, et pour la cause du spiritisme en général à laquelle j’ai dévoué ma vie, <mes veilles>, et sacrifié mes intérêts matériels. Je tiens en effet à ce que la société prospère et c’est pour cela que certaines mesures me paraissent indispensables ; mais je vous le dis en toute sincérité, si elle n’adopte pas des mesures efficaces pour prévenir le retour des inconvénients que l’expérience a signalés ; si j’y entrevois des éléments de perturbation, mieux vaut que je m’en retire tout à fait, et c’est ce que je ferai, ne voulant pas perdre mon temps en discussion inutiles et sans cesse renaissantes.

Par mes écrits, mon immense correspondance et le nombre considérable des personnes qui viennent me voir, je me trouve, par la force des choses, être un centre qui ne peut que s’accroître ; or, dans ma position, vous comprenez qu’il serait fâcheux, pour la doctrine même, qu’il y eût dans ce centre un foyer de discorde et d’antagonisme : c’est ce que je dois éviter.

Agréez

Allan Kardec.

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/6/ 11 avril 1860.

à Monsieur le Préfet de Police,

J’ai l’honneur de soumettre à votre approbation une épreuve du règlement modifié de la <Société Parisienne des Études Spirites>.

Les modifications qui y ont été introduites ont principalement pour objet de prévenir quelques inconvénients que l’expérience lui a signalés, en apportant certaines mesures restrictives dans les admissions, et en lui donnant des moyens d’action plus efficaces dans le cas où, malgré ses soins, elle aurait été induite en erreur sur le compte des personnes qu’elle admet.

Ces mesures devant avoir pour effet le maintien encore plus rigoureux de l’ordre, et d’empêcher qu’elle ne s’écarte de son but modeste <qui est> celui de l’étude, j’ose espérer qu’elles auront votre assentiment.

J’ai en autre l’honneur de vous informer, Monsieur le Préfet, qu’à partir du Vendredi 20 avril, la société se réunira dans mon domicile personnel Rue Ste Anne 59 Passage S.te Anne. L’appartement n’étant pas encore disponible, elle aura une séance particulière <particulière> le vendredi 13 avril Rue de Provence no 34.

J’ai l’honneur,

Allan Kardec.

Président nommé pour 3 ans.

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/7/ 17 janvier 1861.

à Mademoiselle Huet.

Mademoiselle,

Depuis longtemps j’avais été informé que des faits regrettables, pouvant jeter des doutes sur votre médiumnité, s’étaient passés en diverses circonstances. Tant que j’ai cru la chose <renfermé / renfermée> dans un petit cercle de personnes, et qu’il m’a été permis d’en douter, je me suis <abstenu>, dans votre intérêt, d’en parler à qui que ce fût, espérant que ces rumeurs pourraient s’apaiser ; mais aujourd’hui ces faits sont tellement ébruités, qu’ils prennent un déplorable caractère de consistance, et produisent, sur tous ceux qui en ont connaissance, l’impression la plus pénible. Le comité de la société, auquel des observations ont été adressées à ce sujet, a examiné la question dans sa dernière séance, et j’ai le regret de vous informer que, pour éviter un <éclat> qui menaçait de se produire d’un moment à l’autre, d’une manière désagréable, il a pensé que la société devait s’abstenir jusqu’à nouvel ordre du moins, de profiter de votre concours. Cette <détermination>, commandée par les circonstances, n’ôte rien aux remerciements qu’elle vous doit pour vos bons offices, et dont elle vous prie d’agréer l’expression.

Si je ne vous en ai pas parlé le jour où vous êtes venue me voir, c’est qu’il me restait à prendre l’avis de quelques membres.

Recevez, Mademoiselle, mes salutations empressées.

A.K.

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/8/ 4 avril 1861.

Monsieur <Solichan>,

J’ai fait part au comité de la proposition que vous m’avez faite la dernière fois que j’ai eu le plaisir de vous voir, et je suis heureux de vous informer que le comité, considérant votre zèle pour la propagation de la doctrine, et les nombreuses marques de sympathie que vous avez données à la société, a décidé à l’unanimité que vous seriez inscrit sur la liste des membres honoraires, par conséquent avec exemption des charges, tout en regrettant que vos fréquentes et longues absences privent si souvent la société de votre présence. Mlle Stéphanie restant seule membre titulaire, cela répond au désir que vous m’avez exprimé, et le comité y trouve l’occasion de reconnaître les services que vous rendez à notre cause avec tant de dévoûment.

Agréez.

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Le 30 oct 1861.

M <Golovine> conseiller d’état de <Russie>,

Lettre d’avis comme <associé> libre.

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Id.

M. <Vuillemoz> Rue St Honoré <314>

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Id.

Mad. <Vve> <Boussetet>, 34 ; <r. Cadet>

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Id.

M. <Bataille>, <18 / 16>, rue  <Guénégaud>.

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DD/MM/1857 Prece - 1857 [4]
DD/MM/1857 Carta para o senhor chefe de polícia
DD/MM/1857 Prece - 1857 [1]
DD/MM/1859 Caderno de cartas - Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas [em andamento]
10/01/1860 Comunicação
18/04/1860 Rascunho de carta para o senhor Gassier