Biografias
Autoria: Angélica A. Silva de Almeida; Carlos Seth Bastos
Désirée Godu foi uma médium residente na cidade de Hennebont1, na França, cuja atuação nos primórdios de suas faculdades mediúnicas chamou consideravelmente a atenção de Allan Kardec. Sua participação é registrada em diversas edições da Revista Espírita, periódico dirigido por Kardec, sendo a primeira menção datada de novembro de 1859 (1).
SEXTA-FEIRA, 18 DE NOVEMBRO DE 1859 (SESSÃO PARTICULAR)
Leitura da ata.
2º. Detalhes sobre a Srta. Désiré Godu, residente em Hennebont, Morbihan, dotada de notável faculdade mediadora. Ela passou por todas as fases da mediunidade. A princípio teve as mais extraordinárias manifestações físicas; depois tornou-se sucessivamente médium auditiva, falante, vidente e escrevente. Hoje todas as suas faculdades estão concentradas na cura dos doentes, que trata a conselho dos Espíritos. Opera curas que noutros tempos seriam consideradas miraculosas.
Os Espíritos anunciam que sua faculdade se desenvolverá ainda mais. Ela começa a ver as doenças internas, por efeito da segunda vista, sem estar em sonambulismo.
Sobre esse assunto admirável, daremos notícias oportunamente. Estudos:
1º. Pergunta sobre a faculdade da Srta. Désiré Godu.
Na edição de fevereiro de 1860, Désirée é novamente citada, desta vez com a seguinte observação: “Carta relativa à senhorita Désirée Godu, médium curadora, de Hennebont. Sabe-se que a obra da senhorita Godu é de devotamento e de pura filantropia” (2). Nesse mesmo número, Kardec a inclui como exemplo de “médiuns especiais”, em artigo dedicado à categorização de diferentes tipos de médiuns (3):
Seria o caso de falarmos aqui de um desses médiuns privilegiados, que os Espíritos curadores parece haverem tomado sob seu patrocínio direto. A senhorita Désirée Godu, residente em Hennebon, no Morbihan, goza, sob todos os aspectos, de uma faculdade verdadeiramente excepcional, que utiliza com a mais piedosa abnegação. A respeito, já dissemos algumas palavras num relatório das sessões da Sociedade, mas a importância do assunto merece artigo especial, que teremos a satisfação de lhe consagrar em nosso próximo número. À parte o interesse ligado ao estudo de toda faculdade rara, consideraremos sempre como um dever dar a conhecer o bem e fazer justiça a quem o pratica.
No mês subsequente, foi publicado o artigo intitulado Um médium curador, no qual Kardec apresenta mais detalhes sobre a atuação de Désirée Godu. O texto inclui respostas a questionamentos dirigidos a um professor identificado como Pierre, responsável por observar e relatar a prática mediúnica da sensitiva (4):
Pedimos aos leitores que se reportem ao nosso artigo do mês passado, sobre os médiuns especiais. Melhor serão compreendidos os ensinamentos que vamos dar, a respeito da senhorinha Désirée Godu, cuja faculdade oferece um caráter da mais notável especialidade.
Há cerca de oito anos, passou ela sucessivamente por todas as fases da mediunidade. A princípio, poderosa médium de efeitos físicos, tornou-se, alternativamente, médium vidente, auditiva, falante, escrevente, e finalmente todas as suas faculdades se concentraram na cura de doentes, que parecia ser a sua missão, missão que desempenha com um devotamento sem limites.
“A senhorita Désirée Godu, de vinte e cinco anos, pertence a uma distinta família, respeitável e respeitada de Lorient. Seu pai é um antigo militar, cavaleiro da Legião de Honra, e sua mãe, senhora paciente e laboriosa, ajuda à filha o melhor que pode em sua penosa mas sublime missão. Há cerca de seis anos, essa família patriarcal dá esmolas de remédios receitados e, muitas vezes, tudo quanto necessário para curativos, tanto aos ricos quanto aos pobres que a procuram. Suas relações com os Espíritos começaram ao tempo das mesas girantes. Então ela morava em Lorient, e durante meses só se falava das maravilhas operadas pela senhorita Godu com as mesas, sempre complacentes e dóceis, sob suas mãos. Era um favor ser admitido às sessões de mesa em sua casa e lá não entrava quem quisesse. Simples e modesta, não buscava pôr-se em evidência. Contudo, como é fácil compreender, a maledicência não a poupou.
Esperando sua verdadeira missão, que deve começar, segundo se diz, dentro de dois anos, o Espírito que a guia lhe propôs a de curar toda sorte de moléstias, o que ela aceitou. Para se comunicar, ele agora se serve de seus órgãos, e muitas vezes contra a vontade dela, em vez das batidas nas mesas. Quando é o Espírito que fala, o timbre da voz já não é o mesmo, e os seus lábios não se movem.
Um misterioso personagem lhe punha sob os olhos livros, gravuras ou desenhos, e lhe explicava todo o organismo humano, as propriedades das plantas, os efeitos da eletricidade, etc. Ela não é sonâmbula. Ninguém a adormece. É desperta, e bem desperta, que ela penetra os doentes com seu olhar. O Espírito lhe indica os remédios, que geralmente ela mesma prepara e aplica, cuidando e pensando os feridos mais repugnantes com a dedicação de uma irmã de caridade. Começaram por lhe dar a composição de certos unguentos que curavam em poucos dias os panarícios e as feridas de pouca gravidade, com o objetivo de lentamente habituá-la a ver, sem muita repulsa, todas as horríveis e repugnantes misérias que deveriam aparecer aos seus olhos, pondo a finura e a delicadeza de seus sentidos às mais rudes provas. Não a imaginemos um ser sofredor, fraco e fanado. Ela goza do mens sana in corpore sano em toda a sua plenitude. Longe de tratar os doentes por um auxiliar, é ela que põe a mão em tudo, graças à sua robusta constituição. Aos doentes, sabe inspirar uma confiança sem limites. Acha no coração consolações para todas as dores, e em sua mão, remédios para todos os males. É de um caráter naturalmente alegre e brincalhão. Sua alegria é contagiosa como a fé que a anima e atua instantaneamente sobre os doentes. Vi muitos se retirarem com os olhos rasos de lágrimas, lágrimas de suave admiração, de reconhecimento e de alegria. Todas as quintas-feiras, dia de feira, e domingos das seis da manhã até as cinco ou seis da tarde, a casa não se esvazia. Para ela, trabalhar é orar, e o faz com consciência. Antes de ter que tratar de doentes, passava o dia inteiro costurando roupas para os pobres e enxovais para os recém nascidos, empregando os mais engenhosos meios para que os presentes chegassem ao destino anonimamente, de sorte que a mão esquerda sempre ignorasse o que dava a direita. Ela possui grande número de certificados autênticos, dados por eclesiásticos, por autoridades e por pessoas notáveis, atestando curas que em outros tempos teriam sido consideradas milagrosas.
Por pessoas fidedignas, sabemos não haver exagero no relato acima e temos a satisfação de assinalar o digno emprego que a senhorita Godu faz da excepcional faculdade de que foi dotada. Esperemos que estes elogios que temos o prazer de reproduzir, no interesse da Humanidade, não alterarão sua modéstia, que dobra o valor do bem, e que ela não escutará as sugestões do espírito de orgulho. O orgulho é o escolho de grande número de médiuns e vimos muitos cujas faculdades transcendentes se aniquilaram ou perverteram, desde que deram ouvidos a esse demônio tentador. As melhores intenções não impedem seus embustes, e é precisamente contra os bons que ele dirige suas baterias, pois se satisfaz em fazê-los sucumbir e mostrar que ele é o mais forte. Insinua-se no coração com tanta habilidade que muitas vezes o enche sem que se suspeite. Assim, o orgulho é o último defeito que confessamos a nós mesmos, à semelhança dessas doenças mortais que se tem em estado latente e sobre cuja gravidade o doente se ilude até o último instante. Eis por que é tão difícil erradicá-lo. Desde que um médium possui uma faculdade, por menos notável que seja, é procurado, elogiado, adulado. Isto lhe é terrível pedra de toque, pois acaba julgando-se indispensável, se não for profundamente simples e modesto. Infeliz dele, principalmente se estiver persuadido de que só se comunica com bons Espíritos. Custa-lhe reconhecer que foi iludido, e muitas vezes escreve ou ouve sua própria condenação, sua própria censura, sem acreditar que aquilo tudo é endereçado a ele. Ora, é precisamente dessa cegueira que é presa. Os Espíritos enganadores disso se aproveitam para fasciná-lo, dominá-lo, subjugá-lo cada vez mais, a ponto de lhe fazerem tomar por verdades as coisas mais falsas. É assim que nele se perde o dom precioso que só havia recebido de Deus para tornar-se útil aos seus semelhantes, porque os bons Espíritos se retiram, sempre que alguém prefere escutar os maus. Aquele que a Providência destina a ser posto em evidência o será pela força das coisas, e os Espíritos bem saberão tirá-lo da obscuridade, caso isto seja útil, ao passo que frequentemente só haverá decepções para aquele que é atormentado pela necessidade de fazer com que falem de si. O que sabemos do caráter da senhorita Godu nos dá a firme confiança de que esteja acima dessas pequenas fraquezas, e que assim jamais comprometerá, como tantos outros, a missão que recebeu.
Ao longo dos meses seguintes, a Revista Espírita continuou a dedicar atenção a Désirée Godu, publicando uma série de correspondências do Dr. Morhéry.2 Nessas cartas, o médico descreve episódios de tratamento e relatos de cura atribuídos à médium, evidenciando o impacto e o interesse que seu trabalho despertava entre os estudiosos do Espiritismo na época (5):
Falamos sobre a notável faculdade da Srta. Désirée Godu, como médium curadora, e poderíamos ter citado provas autênticas que temos em mãos. Mas eis um testemunho cujo alcance ninguém contestará. Não é um desses certificados fornecidos um tanto levianamente. É o resultado de observações sérias de um homem de saber, eminentemente capaz para apreciar as coisas do duplo ponto de vista da Ciência e do Espiritismo. O Dr. Morhéry nos envia as duas cartas seguintes, cuja publicação os leitores agradecerão.
OBSERVAÇÃO: Como se pode constatar pelas duas cartas acima, o Sr. Morhéry não se deixa tomar pelo entusiasmo. Ele observa as coisas friamente, como homem esclarecido e sem ilusões. Demonstra inteira boa-fé, pondo de lado o amor próprio do médico. Não teme confessar que a Natureza pode prescindir dele, inspirando a uma jovem sem instrução, meios de curar que não encontrou nem nos ensinos da Faculdade nem em seu próprio cérebro, e nem por isso se julga humilhado. Seus conhecimentos de Espiritismo lhe mostram que a coisa é possível, sem que por isso haja derrogação das leis da Natureza. Ele a compreende, desde que essa faculdade admirável é para ele um simples fenômeno mais desenvolvido na senhorita Godu do que em outros. Pode dizer-se que essa jovem é para a arte de curar o que Joana d’Arc era para a arte militar. O Sr. Morhéry, esclarecido sobre os dois pontos essenciais — o Espiritismo como fonte e a Medicina comum como controle — pondo de lado o amor próprio e qualquer sentimento pessoal, está na melhor posição para julgar imparcialmente, e nós felicitamos a senhorita Godu pela resolução tomada de colocar-se sob seu patrocínio. Sem dúvida os leitores nos serão gratos por mantê-los ao corrente das observações que forem feitas posteriormente.
Em outro momento, Kardec justifica, em artigo, o motivo de seu interesse específico pela atuação da médium, considerando a relevância das manifestações e os possíveis benefícios associados à sua mediunidade curadora (6):
O Sr. Presidente acrescenta que a Sociedade tem duplo motivo para interessar-se pela senhorita Godu. Além da simpatia que naturalmente excitam os exemplos de caridade e de desinteresse, tão raros em nossos dias, do ponto de vista espírita essa jovem lhe oferece preciosa matéria para estudo, pois goza de uma faculdade de certo modo excepcional. A gente interessar-se-ia por um médium de efeitos físicos que produzisse fenômenos extraordinários; não poderia ver com mais indiferença aquele cujas faculdades são proveitosas à Humanidade, e que, além disso, nos revela uma nova força da Natureza.
Contudo, em janeiro de 1862, uma mudança de tom é observada. Allan Kardec publica uma carta, enviada ao Dr. Morhéry, na qual expressa suspeitas acerca de determinadas atividades realizadas por Désirée, baseando-se em informações relatadas pelo próprio médico (7):
Carta ao Sr. Dr. Morhéry, A propósito da Srta. Godu
Nos últimos tempos têm sido comentados certos fenômenos estranhos operados pela senhorita Godu e que consistiriam notadamente na produção de diamantes e de grãos preciosos por meios não menos estranhos. O Sr. Morhéry escreveu-nos a respeito uma longa carta descritiva e algumas pessoas admiraram-se de que não a tivéssemos comentado. A razão disso é que não aceitamos nenhum fato com entusiasmo. Examinamos as coisas friamente antes de aceitá-las, pois nos ensina a experiência quanto devemos desconfiar de certas ilusões.
Se tivéssemos publicado sem exame todas as maravilhas que nos foram relatadas mais ou menos de boa-fé, nossa revista talvez se tivesse tornado mais divertida, mas devemos conservar-lhe o caráter sério que sempre teve.
Quanto à nova e prodigiosa faculdade que se teria revelado na senhorinha Godu, francamente achamos que a de médium curador era mais preciosa e mais útil à Humanidade, e mesmo à propagação do Espiritismo. Contudo, nada negamos, e aos que pensam que com tal notícia logo teríamos tomado a estrada de ferro para nos certificarmos, responderemos que, se a coisa é verdadeira, não deixará de ser constatada oficialmente. Então será o momento de falar, e não teremos nenhuma reserva em ser o primeiro a proclamá-la.
Eis um resumo da resposta que demos ao Sr. Morhéry:
É certo que não publiquei todos os relatórios que me enviastes sobre as curas operadas pela senhorinha Godu, mas disse o bastante para chamar a atenção para ela. Falar constantemente do caso fora dar a impressão de estar a serviço de interesses particulares. Aconselhava a prudência esperar que o futuro confirmasse o passado.
Quanto aos fenômenos que relatais na última carta, são tão estranhos que não me aventurarei a publicá-los senão quando tiver a sua confirmação de maneira irrefutável. Quanto mais anormal um fato, mais circunspecção ele exige. Não vos surpreendereis de que eu use muita, em tais circunstâncias. É este, também, o conselho do Comitê da Sociedade, ao qual submeti a vossa carta. Por unanimidade foi decidido aguardar o desenvolvimento, antes de falar do caso. Até agora tal fato é tão contrário a todas as leis naturais, e mesmo a todas as leis conhecidas do Espiritismo, que o primeiro sentimento que provoca, mesmo entre os espíritas, é de incredulidade. Falar dele antecipadamente e antes de poder apoiar-se em provas autênticas seria excitar inutilmente a veia dos trocistas.”
No mês seguinte, Kardec também endereça uma carta à Sra. Hanin Leblanc, mencionando os problemas envolvendo a médium (8):
A senhora deve ter visto na Revista o que eu pensava dos diamantes expelidos pela senhorita Godu; o que eu havia previsto aconteceu: tudo acabou em uma mistificação. E me aplaudi pela discrição com a qual falei disso. Essa discrição é ainda mais bem compreendida quando se conhecem certas particularidades que tive de calar no interesse do Espiritismo. Lastimável que essa senhorita haja comprometido a bela e real faculdade de cura da qual é dotada. Deveria ter parado por aí; mas o orgulho! a ambição! o que estes nos levam a fazer! A senhorita Godu não veio a Paris, e provavelmente aqui não virá; seu médico a deixou para se ocupar de outras coisas. Ora, não se abandona sem motivos uma coleta de diamantes.
Em abril de 1862, o escritor Jules Lovy publicou um artigo no periódico Le Magnétiseur. Journal du Magnétisme Animal, editado por Charles Léonard Lafontaine, no qual faz menção à médium Désirée Godu. Lovy relata ter participado de uma sessão mediúnica em Paris, a convite de Roustan, cuja médium principal era Céline Japhet. A sessão contou com a presença do Dr. Morhéry (médico que acompanhava Godu) e, segundo o relato, tratava-se de uma reunião voltada especificamente à figura de Désirée Godu e sua atividade mediúnica.
De acordo com Lovy, durante o encontro foi realizada uma evocação de Godu, que estava em Hennebont (a cerca de 550 Km de Paris). Esta teria estabelecido uma comunicação telegráfica através da médium Jáphet. Após descrever detalhadamente os eventos da sessão, Lovy expressa, ao final do artigo, sua expectativa por uma possível vinda de Désirée Godu à capital francesa. É relevante observar que tanto Jules Lovy quanto Charles Léonard Lafontaine se identificavam como espiritualistas e mantinham uma posição crítica em relação ao grupo liderado por Allan Kardec, com quem frequentemente divergiam quanto aos princípios e práticas do espiritismo/espiritualismo (9).
E, realmente no ano de 1862, Désirée Godu realizou uma viagem a Paris. A visita foi descrita pela Revue du Monde Catholique. Dois artigos foram publicados em agosto daquele ano relatando a chegada da médium à capital francesa. De acordo com o periódico, Désirée não teria cumprido com êxito as atividades mediúnicas previamente anunciadas3. Segundo o mesmo periódico, a vinda de Désirée a Paris teria sido organizada por Zéphyr-Joseph Piérart, um escritor francês de destaque (10), autor de diversas obras, duas das quais prefaciadas por Jules Michelet (1798–1874), além de uma parceria literária com Giuseppe Garibaldi (1807–1882). Piérart, nascido em 15 de maio de 1818 e falecido em 14 de fevereiro de 1879, foi o fundador e diretor da Revue Spiritualiste, periódico criado em 1858, que também se dedicava a temas espiritualistas (11, 12).
Referências
Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos, 1859. Dezembro. Boletim. Disponível em: https://www.kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/893/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1859/4618/dezembro/boletim. Acesso em: 08/10/2025.
Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos, 1860. Fevereiro. Boletim. Disponível em: https://www.kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/894/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1860/4668/fevereiro/boletim. Acesso em: 08/10/2025.
Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos, 1860. Fevereiro. Médiuns especiais. Disponível em: https://www.kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/894/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1860/4670/fevereiro/mediuns-especiais. Acesso em: 08/10/2025.
Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos, 1860. Março. Um médium curador. Disponível em: https://www.kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/894/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1860/4687/marco/um-medium-curador. Acesso em: 08/10/2025.
Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos, 1860. Abril. Cartas do Dr. Morhéry sobre a Srta. Désirée Godu. Disponível em: https://www.kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/894/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1860/4701/abril/cartas-do-dr-morhery-sobre-a-srta-desiree-godu. Acesso em: 08/10/2025.
Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos, 1860. Maio. Disponível em: Boletim
https://www.kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/894/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1860/4720/maio/boletim. Acesso em: 08/10/2025.
Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos, 1862. Janeiro. Carta ao Sr. Dr. Morhéry, A propósito da Srta. Godu. Disponível em: https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/896/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1862/7625/janeiro/carta-ao-sr-dr-morhery-a-proposito-da-srta-godu. Acesso em: 08/10/2025.
Cópia de carta para a senhora Hanin Leblanc [05/02/1862]. Projeto Allan Kardec, 2020. Disponível em: https://projetokardec.ufjf.br/item-pt?id=42. Acesso em: 18 nov. 2025.
Disponível em: https://www.iapsop.com/archive/materials/magnetiseur_geneva/magnetiseur_v4-6_1863-1865.pdf. Acesso em: 18/11/2025.
Revue du monde catholique. Théologie, Histoire, Philosophie, Littérature, Sciences, Beaux-Arts. Paris, 1862. Disponível em: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bd6t541772492/f9.item.r=Godu%20spiritism. Acesso em: 08/10/2025
Zéphyr-Joseph Piérart (1818-1879) - Toutes ses œuvres. Disponível em: https://data.bnf.fr/fr/see_all_activities/12951301/page1. Acesso em: 08/10/2025.
Zéphyr-Joseph Piérart (1818-1879). Disponível em: https://data.bnf.fr/fr/ark:/12148/cb12951301f#collaborations_11904146. Acesso em: 08/10/2025.
Localizada na Bretanha, no departamento de Morbihan, a cidade de Hennebont se localiza na área metropolitana de Lorient, a cerca de quarenta quilômetros de Vannes, um grande local turístico da Bretanha. A cidade leva o nome do antigo Breton, Habenont e significa antiga ponte. Disponível em: https://www.france-voyage.com/cidades-vilarejos/hennebont-20528.htm. Acesso em: 08/10/2025.↩︎
Na carta, o Dr Morhéry descreve seu endereço como “Plessis-Bloudet, perto de Loudéac (Côtes-du-Nord)”. Ao buscarmos referência sobre o médico, encontramos nos Annales de Bretagne. Revue Publiée par la Faculté des Lettres de Rennes do ano de 1932 uma citação sobre um Dr Morhéry. Ele foi descrito como um republicano ardente que teria contribuído de forma decisiva para a divulgação das ideias republicanas em todo o departamento des Côtes-du-Nord após a revolução dos republicanos antimonarquistas em Paris no ano de 1832. Pelo fato da citação des Côtes-du-Nort nas cartas e nos Annales, julgamos ser ele a mesma pessoa. Nelsson, Richard. Insurreição em Paris: tentativa de uma nova revolução - arquivo, 1832. Disponível em: https://www.theguardian.com/theguardian/from-the-archive-blog/2020/may/20/insurrection-in-paris-new-revolution-june-1832. Acesso em: 10/08/2025. Annales de Bretagne Université de Rennes. Faculté des lettres et sciences humaines. Disponível em: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k1153348/f365.item.r=%22Dr%20%20Morh%C3%A9ry%20%22
Acesso em: 08/10/2025.↩︎
Não conseguimos identificar nenhuma outra fonte sobre a vinda de Godu a Paris, a fim de confirmar as informações de seu insucesso nas práticas mediúnicas. Pelo fato de ser a Revue du Monde Catholique um periódico católico, não podemos confirmar, sem nenhuma outra fonte, o fracasso de suas atividades mediúnicas uma vez que a igreja católica mantinha constantes críticas ao espiritismo naquele período.↩︎